Um áudio divulgado nessa quinta-feira (4) por Eduardo Tagliaferro, ex-chefe do setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revela a preocupação de um dos assessores de Alexandre de Moraes em relação ao rito de solicitações de relatórios eleitorais sobre pessoas críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante as eleições de 2022. A gravação, que mostra a tela do WhatsApp com o áudio e sua transcrição, identifica o remetente como Airton Vieira, juiz auxiliar do ministro Moraes no STF.
No conteúdo do áudio, gravado em 11 de novembro de 2022 e divulgado nas redes sociais de Tagliaferro, Vieira admite que optou por não seguir o rito oficial para solicitar dados ao TSE. De acordo com o juiz, um pedido formal poderia tornar evidentes práticas irregulares, deixando-as explícitas no processo.
Ele destaca que formalizar a solicitação geraria um registro que poderia ser questionado posteriormente. “Não tenho como, formalmente, se alguém for questionar. (…) Vai ficar uma coisa muito descarada. Como o juiz instrutor lá do Supremo manda para alguém lotado no TSE, e esse alguém, sem mais nem menos, obedece, manda um relatório”, diz o áudio, apontando a preocupação em evitar que o procedimento se tornasse público.