Donald Trump declarou que o presidente colombiano Gustavo Petro tem adotado postura “bastante hostil” em relação aos norte-americanos, não consegue frear a fabricação de entorpecentes em seu território e pode vir a ser “o próximo” alvo de pressão estadunidense na região latino-americana.
“Ele vai ter sérios problemas se não se ligar. A Colômbia produz muita droga, eles têm fábricas de cocaína. Eles fabricam cocaína, como você sabe, e vendem direto para os Estados Unidos. (…) Então é melhor ele se ligar ou será o próximo. E eu espero que ele esteja ouvindo, porque ele vai ser o próximo”, afirmou Trump durante um evento realizado na Casa Branca na quarta-feira (10).
Em resposta, ainda no mesmo dia, o presidente colombiano rebateu as acusações. Petro afirmou que o republicano está “muito mal informado” sobre a realidade do país e sobre as ações empreendidas pelo seu governo para enfrentar o tráfico de drogas.
“Trump está muito mal informado sobre a Colômbia. É uma vergonha, porque ele desconsidera o país que mais entende de tráfico de cocaína; parece que seus interlocutores o estão enganando completamente”, declarou o líder colombiano durante uma reunião ministerial.
Para contrapor as críticas, Petro apresentou dados sobre os resultados de sua gestão, citando a apreensão de 2.700 toneladas de cocaína desde o início de seu mandato, que se encerra em agosto de 2026.
O atrito entre os dois líderes vem se intensificando desde o início do ano, especialmente após os Estados Unidos terem estabelecido uma operação militar nas águas do Caribe e do Pacífico, justificada pelo combate ao narcotráfico.
As forças dos EUA já destruíram 23 embarcações suspeitas de transportar drogas na área, operações que resultaram na morte de pelo menos 87 pessoas.
Petro tem contestado a legalidade dessas ações bélicas, a maioria conduzida próximo ao litoral da Venezuela, enquanto Trump defende a necessidade e a continuidade das medidas.


