O deputado Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, requisitou oficialmente ao Banco Central (BC) que investigue as grandes operações de câmbio feitas na manhãda última sexta-feira (18). O foco são as transações com valores iguais ou superiores a meio milhão de reais, realizadas poucas horas antes dos EUA anunciarem a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
De acordo com a petição, o mercado cambial brasileiro apresentou uma “movimentação incomum”, indicando o “possível uso de informação privilegiada”. O texto menciona a gestora internacional Tolou Capital Management, que registrou ganhos de até 50% em poucas horas. A solicitação ao Banco Central visa investigar se houve o compartilhamento intencional de informações relevantes que ainda não foram tornadas públicas, o que configuraria uma infração às normas do mercado financeiro.
O parlamentar pede que o Banco Central identifique os responsáveis pelas transações, forneça um relatório detalhado das operações realizadas, incluindo valores, horários, instituições envolvidas e destinatários finais, investigue possíveis padrões incomuns e encaminhe as informações para a CVM, COAF, Procuradoria-Geral da República e STF.
Segundo o documento, a Advocacia-Geral da União informou ao STF que as tarifas aplicadas pelos Estados Unidos seriam parte de uma “estratégia de chantagem geopolítica” contra os ministros da Corte, supostamente coordenada junto a integrantes da liderança política do país.
Lindbergh argumenta que esses acontecimentos podem estar relacionados ao inquérito que investiga o deputado Eduardo Bolsonaro por alegada obstrução da justiça, coação no curso do processo e atentado ao Estado Democrático de Direito.
O líder do PT classifica o episódio como uma possível “guerra híbrida”, envolvendo o uso ilegal de canais financeiros para gerar instabilidade institucional e obter ganhos ilícitos em conluio com interesses estrangeiros.
Segundo o solicitante, cabe ao Banco Central tomar medidas imediatas para garantir a integridade do mercado financeiro, a soberania nacional e a ordem democrática do país. Paralelamente, a Advocacia-Geral da União pediu ao STF que apure as transações de compra e venda de dólares realizadas durante o aumento das tarifas imposto por Trump.