Enquanto o Supremo analisa o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o debate sobre a anistia esquenta no Congresso. A inclusão do ex-presidente na lei enfrenta resistência, levando os líderes políticos a trabalhar em uma versão limitada, voltada apenas para quem participou diretamente dos episódios de 8 de janeiro.
O projeto de anistia ganhou impulso com a participação direta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que se encontrou na quarta-feira (3) com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em defesa da proposta. A saída do União Brasil e do PP da base do governo fortalece a chance de a medida chegar a votação.
Apesar de ter prometido, em fevereiro, que pautaria a anistia para a oposição, Motta tem se mostrado cauteloso, evitando avançar com o tema diante do posicionamento contrário do governo.
A saída do União Brasil e do PP da base do governo pode resultar na perda de ministros como Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte). No entanto, os cargos de segundo escalão ligados ao deputado Arthur Lira (PP-AL) e a Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado, devem ser mantidos, permitindo que os partidos apoiem a anistia sem fragilizar a base governista.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, declarou que só pretende debater um projeto de anistia depois do julgamento de Jair Bolsonaro, marcado para 12 de setembro. Por sua vez, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmou que, caso a medida seja votada, o texto será de sua autoria, mas não incluirá o ex-presidente.