terça-feira, outubro 14, 2025
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Paralisação do governo Trump entra em vigor após Congresso rejeitar orçamento

Os Estados Unidos entraram, nesta quarta-feira (1º), na primeira paralisação do governo federal desde 2019. O “shutdown” foi decretado após o Congresso não conseguir chegar a um consenso para aprovar um orçamento provisório, o que levou à suspensão parcial das atividades públicas e ao afastamento temporário de centenas de milhares de servidores federais, que agora estão sem salário.

O principal ponto de discórdia entre os parlamentares gira em torno dos gastos com saúde. Os democratas condicionam a aprovação do orçamento à prorrogação de programas de assistência médica que estão prestes a expirar. Segundo eles, o fim dessas políticas elevará os custos de saúde para cerca de 24 milhões de americanos, sobretudo em estados liderados por republicanos, como Flórida e Texas.

Do outro lado, os republicanos, sob influência do ex-presidente Donald Trump, insistem que a questão da saúde deve ser tratada em votações separadas. Eles acusam os democratas de usarem o orçamento como ferramenta de pressão política, especialmente em um momento pré-eleitoral, às vésperas das eleições legislativas de 2026.

Na véspera do “shutdown”, o Senado tentou avançar com duas propostas alternativas, mas nenhuma delas teve êxito. O projeto republicano, que previa financiamento até 21 de novembro, recebeu 55 votos, abaixo dos 60 necessários. Já a proposta democrata, que incluía recursos extras para a saúde, também não atingiu a maioria exigida para sua aprovação.

A situação acirrou ainda mais os ânimos em Washington. A Casa Branca culpou os democratas pela paralisação, classificando o episódio como um “shutdown democrata”. Já Trump, em tom mais agressivo, declarou que pretende aproveitar o momento para demitir servidores ligados aos democratas e encerrar programas federais criados por seus adversários políticos.

Impactos imediatos

Com o fechamento, apenas serviços considerados essenciais seguem funcionando, como segurança pública, fiscalização de fronteiras e parte do controle aéreo. Entre as consequências esperadas:

  • Servidores públicos: milhares serão colocados em licença não remunerada. Aqueles em funções essenciais, como controladores de tráfego aéreo, terão de trabalhar sem receber. O pagamento será feito retroativamente quando o orçamento for aprovado.
  • Aviação e turismo: a Administração Federal de Aviação (FAA) afastou 11 mil funcionários. Outros 13 mil controladores seguem trabalhando sem salário. Atrasos em voos e filas maiores em aeroportos são esperados. Parques nacionais, museus e a Estátua da Liberdade devem suspender visitas.
  • Serviços à população: pagamentos de aposentadorias e invalidez seguem mantidos, assim como o Serviço Postal. Já programas de assistência alimentar podem ser limitados se a paralisação se prolongar.
  • Defesa: cerca de metade dos 742 mil funcionários civis do Pentágono será afastada. Dois milhões de militares permanecem em seus postos. Visitas oficiais de chefes de Estado previstas para os próximos dias devem ser canceladas.
  • Economia: o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) estima que 750 mil servidores fiquem em situação de “desemprego parcial”, com perdas de até US$ 400 milhões por semana. Analistas calculam que cada semana de shutdown pode reduzir o crescimento do PIB americano em 0,2 ponto percentual.

A paralisação mais recente nos Estados Unidos havia ocorrido entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, durante o governo de Donald Trump, e se estendeu por 35 dias. Na época, os prejuízos foram estimados em US$ 3 bilhões, afetando diretamente o PIB e comprometendo diversos serviços públicos. Agora, com novas eleições legislativas no horizonte, o cenário se repete: democratas e republicanos se acusam mutuamente pelo impasse, enquanto milhões de americanos lidam com a incerteza provocada por possíveis cortes e atrasos no funcionamento do governo.

Fonte: Política Alagoana

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