segunda-feira, julho 7, 2025
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Irã avalia deixar tratado de não proliferação nuclear

Parlamentares iranianos estão elaborando um projeto de lei que pode resultar na saída do Irã do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), conforme informou, nesta segunda-feira (16), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmaeil Baghaei. Apesar da possível reavaliação, Baghaei destacou que a posição oficial do país segue sendo contrária à produção de armamentos nucleares.

“À luz dos acontecimentos recentes, tomaremos uma decisão apropriada. O governo deve implementar os projetos aprovados pelo parlamento, mas essa proposta está em fase de elaboração, e vamos coordenar com o parlamento nas etapas seguintes”, disse Baghaei.

O Irã ratificou o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) em 1970, garantindo, assim, o direito de desenvolver energia nuclear para fins civis, desde que abrisse mão das armas nucleares e cooperasse com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Na última quinta-feira (12/6), Israel iniciou uma série de bombardeios contra o Irã, alegando que o país estaria desenvolvendo uma bomba nuclear. Teerã, no entanto, sempre afirmou que seu programa nuclear tem objetivos pacíficos, apesar das acusações da AIEA de que o país estaria descumprindo obrigações previstas no TNP.

O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, reafirmou nesta segunda-feira (16) que a fabricação de armas nucleares vai contra um decreto religioso emitido pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.

Em discurso feito também nesta segunda, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, declarou: “Como já afirmei repetidamente, estamos confiantes na natureza pacífica do nosso programa nuclear, e não temos problema em demonstrar isso ao mundo, como fizemos no acordo nuclear de 2015”.

“Estamos prontos para qualquer acordo que vise garantir que o Irã não busque armas nucleares; pois esta é a nossa própria doutrina, enraizada em nossa crença na proibição e ilegitimidade das armas nucleares. No entanto, se o objetivo de um acordo é privar o Irã de seus direitos nucleares, naturalmente, não podemos aceitá-lo”, ressaltou Khamenei.

O ministro acrescentou que gostaria de dar continuidade às negociações com os EUA.

“Com base nessa mesma lógica, iniciamos negociações com os Estados Unidos, e realizamos cinco rodadas de negociações. Na sexta rodada, estávamos preparados para apresentar nossa própria proposta para um possível acordo ao lado americano”, comentou o ministro.

Segundo ele, “durante a rodada anterior, os EUA nos apresentaram uma proposta que continha elementos problemáticos e era inaceitável da nossa perspectiva. Comunicamos nossas posições e preparamos uma contraproposta para apresentar na reunião de hoje. Acreditávamos firmemente que nossa proposta poderia ter aberto caminho para a obtenção de um acordo”.

“É bastante claro que o regime israelense não deseja nenhum acordo nuclear, negociações ou diplomacia. Atacar o Irã em meio a negociações nucleares demonstra a oposição do regime israelense a qualquer forma de diálogo”, concluiu Khamenei.

Fonte: Política Alagoana

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