O Financial Times, em publicação nessa segunda-feira (1), avaliou que a ofensiva internacional conduzida por Eduardo Bolsonaro para tentar impedir a prisão do pai, Jair Bolsonaro (PL), “fracassou espetacularmente” e acabou aprofundando a crise que atinge o clã. A reportagem descreve um movimento político em desintegração, com o ex-presidente preso, a família dividida e a direita brasileira em busca de um novo líder para 2026.
Segundo o jornal britânico, Eduardo atuou nos Estados Unidos para convencer o governo Donald Trump a pressionar o Judiciário brasileiro. O gesto, porém, “saiu espetacularmente pela culatra”: tarifas de 50% sobre produtos brasileiros irritaram empresários, desgastaram Brasília e não produziram qualquer recuo do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ainda segundo o jornal, a tentativa do deputado — hoje em “autoexílio nos EUA” e sob risco de responder por obstrução de Justiça se voltar ao Brasil — expôs a perda de rumo do bolsonarismo.
“Os erros da família Bolsonaro levaram a uma destruição significativa do valor da marca política”, afirmou uma fonte do mercado financeiro brasileiro. “A família enlouqueceu e o que Eduardo fez é absolutamente repreensível.”
A publicação descreve Jair Bolsonaro como “solitário e abatido” no momento da prisão, em 22 de novembro.
A alegação do ex-presidente — de que danificou a tornozeleira por alucinações causadas por remédios para crises de soluço — foi tratada por analistas como mais um capítulo de desgaste.
“O eleitor olha para o bolsonarismo e diz: ‘que porcaria é essa? O cara enlouqueceu’”, afirmou Murillo de Aragão, da Arko Advice, ao Financial Times.
O jornal afirma que a direita brasileira tenta, agora, se reorganizar em torno de um nome que não pertença ao clã Bolsonaro.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é apontado como o favorito do setor empresarial e da elite conservadora.
Fonte: Metrópoles


