terça-feira, julho 8, 2025
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Após derrota do governo, aliados de Lula dizem sentir falta de Arthur Lira

A revogação do decreto que aumentaria o IOF acentuou o clima de tensão entre o Palácio do Planalto e a presidência da Câmara dos Deputados. A articulação conduzida por Hugo Motta (Republicanos-PB) surpreendeu o governo Lula e representou uma das derrotas mais significativas da atual gestão petista. Nos bastidores, parlamentares da base aliada passaram a lembrar, com certa nostalgia, da gestão de Arthur Lira (PP-AL) à frente da Casa.

Mesmo com o perfil centralizador e autoritário, Lira era visto como alguém que cumpria acordos e entregava os resultados combinados com o Executivo. A votação relâmpago da matéria, feita em uma semana marcada por esvaziamento parlamentar devido aos festejos juninos, foi duramente criticada por integrantes do PT, que esperavam mais tempo para negociar e reverter o cenário desfavorável.

Além do desgaste político, o governo avalia um impacto econômico expressivo, com a estimativa de perda de R$ 10 bilhões em arrecadação. A situação foi agravada pela ausência de diálogo: no dia da votação, Hugo Motta ignorou tentativas de contato da ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e não respondeu às mensagens do ministro Fernando Haddad (Fazenda).

Parlamentares da base do governo também demonstraram insatisfação com o rompimento de um acordo informal que previa o adiamento da votação. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), classificou a atitude como “perigosa” e alertou que o Congresso estaria se afastando de práticas históricas de construção de consensos. A última vez que um decreto presidencial foi derrubado pelo Legislativo remonta a 1992, pouco antes do impeachment do então presidente Fernando Collor.

As comparações entre Hugo Motta e Arthur Lira têm gerado desconforto em ambos os campos, mas aliados próximos garantem que os dois mantêm um canal de diálogo constante. Ainda assim, o episódio reforçou críticas à condução política do governo na Câmara.

Diante do cenário, cresce nos bastidores a percepção de que o Palácio do Planalto precisará ajustar sua estratégia de articulação com o Congresso. Sem essa recalibração, o governo corre o risco de sofrer novas derrotas em pautas estratégicas e intensificar o desgaste institucional com o Legislativo. As informações são do jornal O Globo.

Fonte: Política Alagoana

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