Alagoas, estado nordestino com cerca de 3,1 milhões de habitantes, ainda lida com grandes desafios para avançar no saneamento básico. Dados do SINISA, referentes a 2023, mostram que apenas 71,4% da população tem acesso à água potável, enquanto somente 21% dispõe de coleta de esgoto — e apenas 32% do volume gerado passa por tratamento. Esse cenário afeta diretamente vários setores, especialmente o turismo.
Reconhecido por suas praias paradisíacas, o estado depende fortemente do turismo como motor de desenvolvimento econômico. No entanto, a falta de saneamento adequado compromete a qualidade ambiental, afasta visitantes e prejudica a imagem local. Áreas poluídas por esgoto sem tratamento e regiões com abastecimento de água insuficiente são fatores que reduzem a competitividade turística.
Conforme aponta um estudo do Instituto Trata Brasil, Alagoas pode conquistar ganhos de R$ 1,536 bilhão entre 2023 e 2040 caso alcance a universalização do saneamento. Esse benefício, que representa uma média anual de R$ 85,3 milhões, decorre principalmente da valorização ambiental, da despoluição de rios e da garantia de água tratada — condições essenciais para atividades turísticas sustentáveis.
Além da capacidade de atrair mais visitantes, a melhoria do saneamento fortalece a economia local ao estimular a criação de empregos. O setor turístico, quando aquecido, demanda mão de obra em hotéis, restaurantes, agências, transportes e diversos outros segmentos.
O impacto se estende ainda ao comércio, à infraestrutura e à agricultura, que fornecem insumos e impulsionam investimentos. Dessa forma, o saneamento básico deixa de ser apenas uma necessidade social e se torna um fator estratégico para o desenvolvimento econômico de Alagoas.


