segunda-feira, setembro 1, 2025
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Tarifaço deixa carne e café mais baratos no varejo brasileiro, diz pesquisa

Menos de um mês após a imposição da tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, os efeitos da medida já começaram a ser sentidos no mercado interno, com a queda nos preços de alguns alimentos.

De acordo com levantamento exclusivo da Scanntech, divulgado pela CNN, os produtos afetados pela taxação registraram retração nos preços entre julho e agosto. A análise foi baseada em 13,5 bilhões de tíquetes de compra, coletados em mais de 60 mil pontos de venda em todo o país.

Entre os itens analisados, o frango apresentou a maior redução de preço, com queda de 5,7%, passando a custar, em média, R$ 17,33 por quilo. O café também teve uma queda significativa, de 4,6%, sendo vendido a R$ 76,40/kg.

A carne suína registrou uma leve retração de 1,3%, com preço médio de R$ 23,05/kg. Já a carne bovina teve redução mais discreta, de 0,8%, custando R$ 34,58/kg no período analisado.

Na contramão da tendência de queda, o setor de pescados foi o único a registrar aumento no período, com alta de 2%. O preço médio do quilo subiu para R$ 34,43.

Oferta e demanda

Desde o dia 6 de agosto, quando entrou em vigor a sobretaxa imposta por Trump, diversos setores que não foram contemplados com isenções se viram obrigados a interromper suas exportações para os Estados Unidos. Com isso, surgem dois caminhos principais: buscar novos mercados — como vem fazendo a indústria de carne, que tem intensificado suas vendas para o México — ou manter a produção no mercado interno.

Esse redirecionamento de produtos para dentro do país impacta diretamente a dinâmica do mercado nacional. Com o aumento da oferta e uma demanda que permanece praticamente estável, a tendência natural, segundo as leis econômicas, é a queda nos preços. Essa movimentação já começa a ser percebida no varejo.

De acordo com Thomaz Machado, CEO da Scanntech, há uma relação clara entre a redução nos preços de determinados produtos e a mudança no destino da produção. “O aumento da oferta interna começa a pressionar os preços no varejo brasileiro. O consumidor sente alívio no curto prazo, mas isso gera uma preocupação em cadeia para produtores e indústrias”, observou o executivo.

Caminhos de reversão

A negociação com os Estados Unidos permanece como a principal estratégia adotada pelos segmentos de café e carne para enfrentar as tarifas impostas sobre produtos brasileiros. Ambos os setores continuam apostando no diálogo como caminho para contornar o impacto do tarifaço.

No primeiro semestre de 2025, café e carne figuraram entre os dez produtos mais exportados pelo Brasil para o mercado norte-americano, o que reforça a relevância desses setores nas relações comerciais bilaterais.

Para o setor cafeeiro, o foco está em manter uma ponte ativa de comunicação com os principais atores do mercado dos EUA. Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), destaca a importância de seguir negociando com a indústria local e com o Departamento de Estado americano, na tentativa de garantir a isenção das tarifas sobre o café brasileiro.

Do lado da carne bovina, a posição é semelhante. Em entrevista ao CNN Money, Roberto Perosa, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), afirmou que o setor tem pressionado o governo federal a manter o diálogo com a gestão de Donald Trump. O objetivo é claro: restabelecer o fluxo comercial com os EUA nos moldes anteriores às tarifas.

Fonte: Política Alagoana

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