segunda-feira, setembro 8, 2025
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Tarcísio aposta na radicalização para se consolidar como sucessor de Bolsonaro

Acostumado a um discurso mais contido, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) elevou o tom na manifestação da Avenida Paulista, nesse domingo (7). Pela primeira vez, lançou ataques abertos ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes, movimento que surpreendeu tanto o mundo político quanto o Judiciário.

Durante a manifestação comandada por Silas Malafaia, que convocava os bolsonaristas a reagirem ao que chamam de cerco da Justiça, Tarcísio de Freitas adotou o vocabulário do pastor. Chamou Alexandre de Moraes de “tirano” e “ditador”, termos há muito sugeridos por aliados de Jair Bolsonaro, seu padrinho político, hoje inelegível e em prisão domiciliar.

Para muitos aliados, o discurso de Tarcísio em defesa de uma “anistia ampla e irrestrita” e recheado de ataques ao Supremo não foi apenas retórica. Representou a cobrança de uma dívida política: mostrar-se alinhado ao bolsonarismo raiz. Apesar de ter começado sua fala reiterando que “só existe um candidato para nós”, em alusão a Bolsonaro, o gesto foi interpretado como movimento calculado para ser ungido como herdeiro na disputa presidencial de 2026.

“Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo neste país”, disse Tarcísio no auge de seu discurso. “Nós não vamos aceitar a ditadura de um Poder sobre o outro. É isso que precisamos fazer, é isso que nós precisamos defender: chega do abuso, chega!”, afirmou em outro ponto do discurso, ao se dirigir aos milhares que lotaram a Paulista, mais de 40 mil, segundo estimativas.

Além do tom mais rígido de Tarcísio, a cena política ganhou sinais claros de rearranjo no ato da Paulista. Silas Malafaia, figura central do bolsonarismo, exaltou o governador de São Paulo como um “leão” na defesa da anistia. 

Ao mesmo tempo, lançou uma indireta a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho 03 do ex-presidente, hoje autoexilado nos Estados Unidos. O pastor afirmou que ninguém deveria se apresentar como candidato no lugar de Bolsonaro, ainda que ele esteja inelegível até 2030, e foi além: retirou Eduardo da lista de interlocutores autorizados a transmitir mensagens do ex-presidente.

Na fala de Malafaia, os nomes destacados como interlocutores de Bolsonaro foram restritos: Michelle, a ex-primeira-dama e única da família presente ao ato na Paulista, além do senador Flávio e do vereador Carlos.

Fonte: Política Alagoana

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