A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) está reforçando o alerta à população sobre a importância da prevenção e do acesso aos serviços especializados no diagnóstico e tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). O objetivo é estimular o cuidado contínuo com a saúde sexual e facilitar o encaminhamento adequado para quem precisa de acompanhamento.
Em Maceió, o atendimento especializado é oferecido por meio dos Serviços de Atendimento Especializado (SAEs), que funcionam em unidades estratégicas da capital: Hospital Helvio Auto, no Trapiche; Clínica da Família Dr. João Fireman, no Jacintinho; PAM Salgadinho, no Poço; e Hospital Universitário, localizado no bairro Cidade Universitária.
Já no interior do estado, os SAEs estão disponíveis nas cidades de Arapiraca, União dos Palmares e Palmeira dos Índios. O serviço é ampliado pelos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), que oferecem testagem rápida e aconselhamento em diversos municípios, como Marechal Deodoro, Maragogi, Delmiro Gouveia, Matriz de Camaragibe, Pilar, Rio Largo e São Luiz do Quitunde.
De acordo com a enfermeira Hillary Gabrielle, coordenadora do Programa Estadual de Controle das IST/Aids e Hepatites Virais da Sesau, a testagem regular deve ser uma prática para todas as pessoas sexualmente ativas. Segundo ela, o diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são fundamentais para a eficácia da terapia e para a interrupção da cadeia de transmissão.
A Sesau reforça ainda que os serviços são gratuitos e garantem sigilo, acolhimento e acompanhamento integral, visando promover uma rede de cuidado acessível e humanizada para toda a população.
“Algumas ISTs podem ser assintomáticas, ou seja, a pessoa não percebe nenhum sinal da doença, o que aumenta o risco de transmissão. Por isso, a testagem regular é essencial, mesmo quando não há sintomas aparentes. Quanto mais cedo é iniciado o cuidado, melhor a resposta ao tratamento e menor a chance de transmissão”, relata a profissional.
A enfermeira Hillary Gabrielle reforça que a prevenção segue sendo a principal aliada no combate às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Ela destaca que cuidados simples, como a higiene adequada da região íntima — tanto para homens quanto para mulheres —, são fundamentais para a saúde sexual. Além disso, ressalta que o uso de preservativos em todas as relações sexuais é indispensável para evitar a transmissão de ISTs e outras doenças.
Segundo Hillary, compreender as formas de transmissão é essencial para entender a importância da prevenção. Embora a maioria das ISTs seja transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas, ela alerta que essa não é a única via de contágio, o que torna ainda mais importante a conscientização e o cuidado contínuo com a saúde sexual.
“Doenças como HIV, Sífilis, Hepatite B e C e o HTLV são transmitidas por via sexual, mas também podem ser passadas da mãe para o bebê durante a gestação, parto ou na amamentação, e ainda por contato com sangue contaminado durante o compartilhamento de seringas ou acidentes com objetos perfurocortantes”, diz Hillary Gabrielle.
A coordenadora Hillary Gabrielle destaca que, além do uso do preservativo, há outras formas eficazes de prevenção contra o HIV. Entre elas estão a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP). Ela explica que a PEP deve ser utilizada em situações de risco, como relações sexuais desprotegidas, violência sexual ou acidentes com material perfurocortante, sendo essencial iniciar o tratamento em até 72 horas após a exposição. Já a PrEP é um medicamento de uso diário, indicado antes da relação sexual, que reduz de forma significativa o risco de infecção pelo HIV.
Ela também chama a atenção para a importância da testagem regular, que deve ser adaptada à realidade e ao nível de exposição de cada pessoa. De acordo com Hillary, a população em geral, quando não exposta a situações de risco, deve realizar o teste rápido pelo menos uma vez por ano. Já em grupos mais vulneráveis, como pessoas privadas de liberdade ou com histórico de ISTs, o ideal é que o teste seja feito a cada seis meses. No caso de quem utiliza a PrEP, a recomendação é realizar a testagem a cada três meses. “É um teste confiável e o resultado sai entre 15 e 25 minutos”, ressalta.