O prejuízo milionário provocado pela aplicação de recursos do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Maceió (IPREV) no Banco Master chegou ao centro das discussões políticas e financeiras do município. Pelo menos R$ 97 milhões foram investidos em títulos que, com a liquidação da instituição bancária, perderam quase todo o valor.
Com o colapso do banco, a recuperação dos recursos tornou-se praticamente inviável. O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) permite o resgate máximo de R$ 250 mil, uma quantia irrisória diante da dimensão do prejuízo especialmente considerando que trata-se de dinheiro da aposentadoria de milhares de servidores públicos.
Responsabilidades e desgaste político
A decisão de direcionar cifras tão elevadas para investimentos classificados como de risco não envolveu apenas técnicos e dirigentes do Fundo. Por lei, o responsável final pelas autorizações e diretrizes é o gestor municipal. O caso, portanto, coloca a atual administração sob forte pressão e gera desgaste político imediato.
Embora investimentos com recursos previdenciários possam variar conforme a estratégia, especialistas afirmam que a aplicação deveria ter sido conduzida com prudência e segurança algo que, ao que tudo indica, não aconteceu.
O episódio levanta uma questão central:
quem autorizou e quem falhou ao permitir que o IPREV fosse exposto dessa forma?
Um rombo que pode recair sobre os próprios servidores
Além do impacto técnico, o caso provoca insegurança entre os servidores, que se veem diante da possibilidade de não recuperar o dinheiro aplicado ao longo de anos de contribuição.
Na prática, não existe solução milagrosa. Sem chance de ressarcimento pelo banco liquidado, qualquer tentativa de recompor os valores depende de novas fontes públicas o que pode sobrecarregar o próprio município e, indiretamente, a população.
A escalada das dúvidas cresce à medida que os servidores se perguntam:
quem, afinal, vai pagar a conta?
Um imbróglio que está longe do fim
O caso se transforma rapidamente em um dos maiores desastres financeiros envolvendo previdência municipal no país. Além de expor fragilidades internas, acende um debate sobre como decisões de alto impacto são tomadas e quem deveria fiscalizar tais operações.
Enquanto isso, o rombo de R$ 97 milhões segue sem solução concreta e a população espera respostas que ainda não vieram.


