Um levantamento da Quaest divulgado nesta terça-feira (5/8) aponta que a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL) gerou forte polarização nas redes sociais. A pesquisa, feita após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mostra que 53% das menções ao tema são favoráveis à medida, enquanto 47% se manifestam contra.
A análise, baseada em cerca de 1,2 milhão de postagens feitas na segunda-feira (4), evidencia o alto nível de engajamento provocado pelo episódio. O volume expressivo de interações sugere que o assunto continua gerando grande mobilização digital.
Além disso, a entrada constante de influenciadores e políticos com forte presença nas redes contribui para manter a discussão ativa. A pesquisa reforça que o caso segue como um dos principais focos do debate público online, com potencial para impactar o cenário político nos próximos dias.
A prisão domiciliar de Bolsonaro
- Moraes decretou a prisão domiciliar do ex-presidente da República Jair Bolsonaro nessa segunda-feira (3/8);
- O ministro entendeu que houve o descumprimento de medidas cautelares;
- O estopim foi a participação do ex-presidente, via telefone, em uma manifestação bolsonarista, no último domingo (3/8), no Rio de Janeiro;
- A participação foi republicada pelos filhos Carlos e Flávio Bolsonaro nas redes sociais;
- Bolsonaro estava proibido de ausentar-se do país, com uso de tornozeleira eletrônica, e obrigado a recolhimento domiciliar no período noturno (das 19h às 6h) e nos fins de semana;
- A cautelar descumprida foi a de utilizar redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros.
De acordo com a análise da Quaest, a reação à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi fortemente polarizada nas redes. De um lado, críticos do ex-presidente celebraram a decisão, enquanto seus apoiadores expressaram indignação e alegaram perseguição política e abuso de poder por parte do Judiciário.
Entre os internautas alinhados à esquerda, a mobilização foi menos centralizada, sem uma liderança clara ou narrativa unificada. Mesmo assim, expressões como “Grande dia” e “Bolsonaro preso” rapidamente dominaram os Trending Topics da plataforma X, refletindo o sentimento de comemoração.
Já os apoiadores de Bolsonaro reagiram de forma mais coordenada. A frente bolsonarista impulsionou a narrativa de que a medida seria uma tentativa de desviar o foco da investigação conhecida como “Vaza Toga”, que envolve diretamente o ministro Alexandre de Moraes. Essa mobilização contribuiu para intensificar ainda mais a disputa de narrativas nas redes sociais.
Metodologia
As menções sobre o tema foram reunidas por meio de uma API própria da Quaest, que monitorou as principais redes sociais — como Twitter (X), Instagram, Facebook, Reddit e YouTube — além de sites de notícias. A coleta foi realizada utilizando operadores booleanos e palavras-chave relacionadas ao caso.