Cerca de 13,7 mil pessoas participaram, neste domingo (14), de uma manifestação contra o Congresso Nacional na cidade de São Paulo. A estimativa foi divulgada pelo Monitor do Debate Político da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a ONG More in Common.
Reunidos na Avenida Paulista, os manifestantes protestaram contra a aprovação do PL da Dosimetria na Câmara dos Deputados, projeto que reduz as penas de condenados por tentativa de golpe de Estado. O ato também defendeu outras pautas, como o fim da escala de trabalho 6×1.
De acordo com os organizadores do levantamento, a contagem considera uma margem de erro de 12%, o que indica um público entre 12,1 mil e 15,4 mil pessoas no momento de maior concentração. A metodologia utilizada envolve a análise de imagens aéreas por meio de softwares de inteligência artificial.
Dados comparativos mostram diferenças significativas entre atos recentes na capital paulista. Um protesto a favor da anistia, realizado no dia 7 de dezembro, também na Avenida Paulista, reuniu cerca de 1,4 mil pessoas, segundo o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).
Já uma manifestação realizada em setembro, contra a PEC da Blindagem e contra a anistia, atraiu um público bem maior, com aproximadamente 42,4 mil participantes, evidenciando variações no engajamento popular conforme as pautas defendidas.
“Congresso inimigo do povo”
Além de São Paulo, os atos se estenderam ao longo do dia para outras capitais do país. A mobilização foi organizada pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, que reúnem movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
Com o lema “Congresso Inimigo do Povo”, as manifestações surgiram como resposta ao avanço do projeto que reduz as penas dos condenados pelos atos de 8 de Janeiro. O texto pode beneficiar, entre outros, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.
O foco principal dos protestos foi o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, responsável por pautar o PL da Dosimetria nesta semana. Manifestantes o apontam como um dos principais articuladores da proposta no Legislativo.
Paralelamente às críticas ao Congresso Nacional, os atos também defenderam outras reivindicações sociais. Entre elas estão o fim da escala de trabalho 6×1 e políticas mais efetivas de combate ao feminicídio.
Dessa forma, as manifestações reuniram diferentes pautas e movimentos, reforçando a articulação entre organizações populares e a insatisfação com decisões recentes do Parlamento brasileiro.


