Ao comentar pela primeira vez o possível envolvimento de seu filho, Fábio, no escândalo do INSS, o presidente Lula adotou um tom firme e disse que não haverá qualquer tipo de privilégio. Durante coletiva, afirmou que, se houver indícios, o próprio filho será investigado, reforçando a autonomia das instituições.
Para o jornalista Guga Noblat, a fala de Lula evidencia um contraste claro entre os estilos de governo. Segundo ele, o atual presidente evita interferir no trabalho da Polícia Federal, postura oposta à do ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria tentado influenciar investigações envolvendo seus filhos.
Nesse contexto, o contraste se fortalece quando Lula afirma não acompanhar o “passo a passo” das apurações, respeitando os limites institucionais. Analistas avaliam que essa postura representa o oposto do bolsonarismo, marcado por tentativas de controle sobre órgãos de investigação.
Guga Noblat lembra que, em situações semelhantes, Bolsonaro cogitou trocar o comando da Polícia Federal, demitir ministro da Justiça e interferir na Receita Federal. Para ele, essas atitudes evidenciam diferenças profundas na relação de cada governo com os mecanismos de controle.
Já Ricardo Noblat destaca o impacto político do episódio, afirmando que Lula vê na polarização um cenário favorável. Ao sustentar que a operação do INSS resulta de dois anos de trabalho técnico da CGU, o presidente reforça a narrativa de respeito às instituições e se posiciona como líder republicano diante do histórico de blindagem atribuído ao clã Bolsonaro.


