quarta-feira, outubro 15, 2025
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MPF cobra laudos sobre morte de peixes-boi no Litoral Norte e acende alerta ambiental em Alagoas

O Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas requisitou laudos e relatórios técnicos ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e ao Instituto do Meio Ambiente do Estado (IMA-AL) para investigar as causas da morte de dois peixes-boi marinhos no rio Tatuamunha, em Porto de Pedras. Os animais, batizados de Netuno e Paty, faziam parte de um programa de reintrodução da espécie e faleceram em agosto, nos dias 21 e 22.

A ocorrência mobilizou ambientalistas e moradores da região, especialmente porque os peixes-boi estavam em fase de adaptação ao habitat natural. A Associação Peixe-Boi, que acompanha a conservação da espécie, comunicou o fato ao MPF e solicitou providências diante dos possíveis danos ambientais no local.

De acordo com um estudo realizado pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), foram detectadas substâncias preocupantes na água do rio, como os herbicidas ametryn e prometryn. Além disso, os pesquisadores identificaram níveis elevados de turbidez, ferro, fósforo e compostos orgânicos como etilbenzeno e tolueno — elementos que, em grandes quantidades, representam risco à fauna aquática.

Apesar da ausência de uma conclusão definitiva sobre a causa das mortes, os resultados iniciais sugerem forte indício de contaminação. Diante disso, o MPF defende uma apuração rigorosa para identificar a origem dos poluentes e estabelecer ações preventivas.

Para proteger outro peixe-boi, chamado Assu, que vivia na mesma área, as autoridades optaram por transferi-lo para uma unidade de recuperação em Itamaracá (PE), até que as investigações estejam concluídas.

A procuradora da República Juliana Câmara, responsável pelo caso, reforçou a gravidade do episódio. Segundo ela, além de afetar diretamente uma espécie ameaçada, o incidente alerta para a fragilidade do ecossistema costeiro, que sofre crescente pressão da atividade humana. O MPF continuará acompanhando os desdobramentos e cobrando dos órgãos ambientais ações efetivas para evitar novos casos semelhantes.

Fonte: Política Alagoana

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