Ações integradas resultaram no resgate de 755 animais em todo o país e na prisão de um dos maiores traficantes do Brasil
O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) participou, nesta quarta-feira (29), de ações integradas de combate ao tráfico de animais silvestres que ocorreram simultaneamente em 11 estados. Em Alagoas, a atuação resultou no resgate de cinco aves silvestres que eram mantidas em cativeiro no município de São Miguel dos Campos. O responsável pelo crime foi autuado e responderá por meio de um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
A diligência foi conduzida em conjunto com órgãos de segurança locais, dentro das diretrizes do Núcleo de Meio Ambiente do MPAL, coordenado pelo promotor de Justiça Kléber Valadares, que também acompanhou as etapas de investigação e execução das operações nacionais.
“Cada animal resgatado representa uma vitória na preservação da nossa biodiversidade. O tráfico de fauna é um crime grave, que alimenta redes criminosas e causa impactos irreparáveis ao meio ambiente”, destacou o promotor Kléber Valadares.
Atuação integrada e nacional
As ações fizeram parte da Operação Fauna Protegida – Fase 2 e da Operação Libertas, deflagradas em 11 estados — entre eles Alagoas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Bahia, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
Em todo o país, foram resgatados 755 animais, em sua maioria aves, e 20 pessoas foram presas, incluindo Valter Nélio Eymael Júnior, apontado como um dos maiores traficantes de animais silvestres do Brasil. As operações também resultaram na apreensão de 37 celulares, quatro armas de fogo, 1.230 munições, um veículo, 20 gaiolas, sete armadilhas, três transportadores e documentos falsos.
No Rio de Janeiro e em Minas Gerais, o MPAL esteve presente com o promotor Kléber Valadares, que acompanhou o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão e colaborou na coordenação das ações conjuntas.
A Operação Fauna Protegida – Fase 2, coordenada pelo Ministério Público da Bahia, desarticulou uma organização criminosa nacional que atuava no tráfico e lavagem de dinheiro. Na primeira fase, realizada em setembro, outro grande traficante havia sido preso: Weber Sena Oliveira, o “Paulista”, que chefiava uma rede responsável por abastecer o mercado ilegal do Rio de Janeiro com aves vindas da Bahia e de Minas Gerais.

Combate articulado e permanente
O MPAL reforça que a participação em operações integradas como Fauna Protegida e Libertas está alinhada às diretrizes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), da Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa), da Freeland Brasil e de outros Ministérios Públicos estaduais.
Essas ações representam um avanço significativo no combate ao tráfico de fauna, um crime que causa sofrimento aos animais e movimenta milhões de reais por meio de esquemas de lavagem de dinheiro.
“Nosso objetivo é mostrar à sociedade que o tráfico de animais silvestres não é um delito menor. Ele está intimamente ligado à lavagem de dinheiro e às organizações criminosas, e tem impacto direto sobre os ecossistemas”, concluiu o promotor Kléber Valadares.


