Durante entrevista ao programa “JR Entrevista”, da Record TV, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu as emendas impositivas como uma importante conquista do Legislativo. Ele negou que a obrigatoriedade desses repasses tenha prejudicado a governabilidade e criticou setores que, segundo ele, desejam tornar os parlamentares novamente “dependentes”. Motta reforçou que o Congresso não aceitará abrir mão desse direito assegurado aos deputados.
“O que algumas pessoas querem é que os deputados voltem a ter um pires na mão, nos ministérios, numa relação muito mais difícil para a relação política, que é uma relação de dependência, para que a partir daí o governo tenha que impor sua vontade em detrimento da fragilidade do parlamentar. E o Poder Legislativo não vai aceitar isso. Porque foi uma conquista”, declarou o político da Paraíba.
Segundo o presidente da Câmara, Hugo Motta, a ideia de que as emendas impositivas comprometem a governabilidade não procede, já que, de acordo com ele, os governos têm conseguido aprovar as propostas que encaminham ao Congresso Nacional.
“Essa argumentação de que a governabilidade é afetada, ela não é verdadeira. Porque desde a impositividade das emendas nós não tivemos nenhum governo eleito legitimamente pela população que não conseguiu ter com o Congresso uma relação boa. Haja vista o atual governo. Tudo que o governo mandou, praticamente tudo o Congresso aprovou. Claro, modifica uma coisa ou outra, mas na essência o governo contou com nosso apoio”, destacou.
Motta afirmou ser um grande defensor das emendas porque elas viabilizam obras na ponta, como pavimentação de ruas e construção de ginásios poliesportivos, por exemplo.
“Eu sou um grande defensor das emendas parlamentares. Eu sou testemunha de quanto essas emendas elas são importantes para levar para a ponta o desenvolvimento”, declarou.
Anistia não tem texto e nem data para ser votada
Durante a mesma entrevista, o presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que não há uma data definida para a votação do projeto que trata de uma possível anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro. Ele também destacou que ainda não foi elaborado um texto alternativo sobre o tema.
“Se puder resolver, num amplo acordo, seria menos um problema, que atrapalha a pauta do país, e seria positivo, mas não tem data, não tem texto, está sendo construído”, esclareceu.