Nesta quinta-feira (18), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) publicou novamente uma imagem antiga do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vestindo uma camiseta com a palavra “anistia”. A postagem acontece um dia depois de a Câmara dos Deputados aprovar a urgência do projeto de lei que prevê perdão aos condenados pelos atos do 8 de Janeiro.
Em março, Michelle já havia compartilhado a mesma foto. Na ocasião, o marido, ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), havia ido a Copacabana, no Rio, para defender anistia aos envolvidos nos atos considerados golpistas.
Atualmente, o ex-presidente, já condenado por golpe de Estado e outros quatro crimes pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tenta evitar o cumprimento de uma pena de 27 anos e 3 meses de prisão por meio da aprovação de um projeto que lhe conceda perdão. Apesar de alertas do Senado e do próprio Supremo sobre a possível inconstitucionalidade de uma anistia para crimes contra a democracia, bolsonaristas continuam defendendo a tramitação da proposta.
O conteúdo final do projeto ainda não está fechado. Enquanto apoiadores do ex-presidente buscam incluir os condenados pela tentativa de golpe na medida, conversas nos bastidores indicam que a proposta deve focar apenas na redução das penas dos participantes, sem abranger Bolsonaro e seus aliados.
A imagem registrada pelo fotógrafo Iugo Koyama em abril de 1979 mostra o então sindicalista Lula no ABC Paulista, distribuindo panfletos em apoio à anistia, no período final da ditadura militar. A mobilização para aprovar o chamado “perdão coletivo” teve início em 1975 por meio de ações de diversas organizações da sociedade civil e culminou quatro anos depois, em agosto de 1979, com a assinatura da Lei de Anistia pelo presidente João Baptista Figueiredo, último governante militar do Brasil.