sexta-feira, agosto 8, 2025
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Líderes reagem à ação de Lira em acordo: “Intervenção desnecessária”

Para alguns líderes do Centrão, a participação do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na negociação que encerrou a ocupação do plenário na quarta-feira (6) foi vista como “desnecessária”. Parlamentares ouvidos pelo Metrópoles afirmam que o acordo com a oposição — responsável pela paralisação — não foi comunicado previamente ao atual presidente, Hugo Motta (Republicanos-PB), o que teria gerado desconforto.

A relação entre Motta e Lira, que havia sido fundamental para a eleição do sucessor ao comando da Câmara, teria se desgastado após o episódio. Ao intervir, Lira saiu fortalecido, reforçou seu poder de articulação e, segundo aliados, acabou enfraquecendo politicamente o atual presidente da Casa.

Mesmo com a convocação de sessão feita por Hugo Motta e a ameaça de punição aos deputados que bloqueavam a Mesa Diretora, a oposição manteve a ocupação em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ato começou na terça-feira (5) e se estendeu por mais de 40 horas.

Durante o impasse, uma articulação nos bastidores ganhou destaque. O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara e um dos principais nomes do grupo bolsonarista, decidiu recorrer diretamente a Arthur Lira. A iniciativa contou com o apoio de líderes do Centrão próximos ao ex-presidente da Câmara, como Dr. Luizinho (PP-RJ).

Negociação

Após longas negociações, Hugo Motta conseguiu encerrar simbolicamente a ocupação bolsonarista no plenário. Sentou-se na cadeira da presidência, abriu a sessão mesmo sob gritos e protestos, e fez um discurso em defesa da institucionalidade, solicitando a liberação do espaço para o funcionamento regular da Casa.

A abertura da sessão ocorreu sem qualquer pauta de votação, mas representou o marco do fim do ato dos parlamentares que bloqueavam a Mesa Diretora.

Com o clima de tensão reduzido, o desafio agora é interno. Sem sinais de Arthur Lira sobre a tramitação da anistia e do fim do foro privilegiado, Motta enfrenta pressão para conduzir a pauta diante da expectativa crescente dos deputados que participaram da obstrução.

Reivindicações

O centro da obstrução foi o chamado “pacote da paz”, proposta articulada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Entre as principais demandas estavam a anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro, o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes e a PEC que põe fim ao foro privilegiado para parlamentares.

Diante do impasse, a Mesa Diretora reagiu. Hugo Motta, na Câmara, e Davi Alcolumbre, no Senado, articularam reuniões com lideranças em busca de uma saída para a crise.

Enquanto Motta chegou a ameaçar suspender por seis meses os deputados que mantivessem a paralisação, Alcolumbre optou por convocar uma sessão online, evitando o confronto direto com os manifestantes no plenário.

Em entrevista à coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, nesta quinta-feira (7), o presidente da Câmara disse que a possibilidade de punição aos deputados está sob avaliação:

“Existem pedidos de lideranças para punir este ou aquele deputado. Estamos avaliando. É uma decisão conjunta da Mesa. Mas está, sim, em avaliação a possibilidade de punição a alguns parlamentares que na última quarta-feira (6) se excederam, digamos assim, do ponto de vista a dificultar o reinício dos trabalhos”, declarou.

Fonte: Política Alagoana

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