Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, afirmou não ter fechado acordo com parlamentares da oposição bolsonarista para pautar o projeto de anistia aos envolvidos nos atos do 8 de Janeiro. A declaração foi feita nessa quarta-feira (6), em resposta às sinalizações de líderes oposicionistas de que um entendimento estaria em curso.
Mais cedo, representantes da oposição deram a entender que poderiam encerrar a ocupação simbólica da mesa diretora da Casa em troca da votação da proposta. A movimentação gerou expectativa quanto ao possível avanço do texto, que segue enfrentando resistência no Congresso.
Motta negou qualquer acerto e disse que as negociações sobre o tema continuam sendo conduzidas com todas as lideranças partidárias.
O suposto acordo que levou a oposição a desocupar a mesa diretora da Câmara dos Deputados, nessa quarta, teria contado com a articulação de partidos como PL, Novo, PP, União Brasil e PSD. Além da anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, o entendimento incluía também a votação da proposta que extingue o foro privilegiado.
Apesar disso, Hugo Motta negou ter assumido qualquer compromisso. Após o recuo dos oposicionistas, o presidente da Câmara afirmou a aliados que não participou das tratativas e que o acordo ocorreu apenas entre os partidos, sem envolvimento direto da presidência da Casa.
Segundo apurou a Coluna de Igor Gadelha, lideranças da oposição reconheceram que o presidente da Câmara, Hugo Motta, não assumiu qualquer compromisso formal sobre a votação da anistia.
De acordo com interlocutores, o entendimento que resultou na desocupação da mesa diretora foi construído entre os próprios líderes partidários, como parte de uma estratégia para viabilizar a pauta no plenário.