Fernando Haddad, ministro da Fazenda, detalhou nesta terça-feria (29) os esforços do governo brasileiro para organizar uma conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir as tarifas aplicadas pelo governo americano sobre produtos brasileiros.
Haddad destacou que, embora os canais de comunicação estejam abertos, é fundamental realizar uma preparação cuidadosa antes do encontro entre os dois presidentes, a fim de evitar qualquer impressão de “viralatismo”.
“É papel nosso, dos ministros, azeitar os canais para que a conversa, quando ocorrer, seja a mais edificante possível. Não seja uma coisa como aconteceu – vocês presenciaram várias conversas que não foram conversas respeitosas. Tem que ter uma preparação antes para que seja uma coisa respeitosa, para que os dois povos se sintam valorizados à mesa de negociação, não haja um sentimento de viralatismo, de subordinação. Preparar isso é respeito ao povo brasileiro, à soberania do povo”, explicou o ministro, à jornalistas.
O governo agora aguarda uma resposta às cartas enviadas para negociar uma solução, enquanto o ministro Haddad afirmou que a data de 1º de agosto, quando expira a tarifa de 50%, não gera preocupação.
“Não estou muito fixado na data. Se nós ficarmos muito apreensivos com ela, nós podemos inibir que a conversa transcorra com mais liberdade, mais sinceridade entre os dois países”, destacou.
Plano de contingência
Haddad revelou em entrevista a jornalistas que o presidente Lula “manifestou muita tranquilidade” sobre o plano de contingência apresentado na segunda-feira (28).
O ministro explicou que a proposta, que abrange diversas ações para reduzir os impactos do aumento das tarifas em setores afetados, inclui também a possibilidade de uma medida para preservar empregos, nos moldes do que foi feito durante a pandemia.
No entanto, essa iniciativa depende da aprovação do presidente do Palácio do Planalto.
“Estamos muito confiantes de que preparamos um trabalho que vai permitir o Brasil superar esse momento que não foi criado por nós, um evento externo, mas o Brasil vai estar preparado para cuidar das suas empresas, dos seus trabalhadores e ao mesmo tempo se manter permanentemente em uma mesa de negociação, buscando racionalidade, respeito mútuo.”