Nos dois primeiros anos da gestão de Lula (PT), os gastos do governo federal com viagens destinadas a pessoas sem cargo no Poder Executivo aumentaram 213%, chegando a R$ 392,6 milhões.
Apenas em passagens aéreas, pessoas sem cargo no Poder Executivo consumiram R$ 200,9 milhões nos dois primeiros anos do quarto mandato de Lula, um aumento de 267% em comparação aos R$ 54,6 milhões registrados nos últimos dois anos do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Os dados foram obtidos no Painel de Viagens, sistema do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), e todos os valores foram ajustados pela inflação pelo IPCA.
Entre as pessoas sem cargo cujas viagens são custeadas pelo Executivo, a mais conhecida atualmente é a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja.
Ao longo do governo Lula, as passagens aéreas da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, custaram ao Executivo R$ 237 mil.
Esse total não inclui os voos fornecidos pela Força Aérea Brasileira (FAB) nem os gastos da comitiva que a acompanha, formada por cerca de dez pessoas, entre fotógrafos, assessores de imprensa, equipe de cerimonial e um militar que atua como ajudante de ordens.
Em resposta à reportagem, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) destacou que as viagens durante o governo anterior foram limitadas pela pandemia de Covid-19 e assegurou que os gastos atuais estão dentro da legalidade.
Em que casos o governo financia viagens de pessoas sem cargo?
O governo federal pode arcar com despesas de deslocamento de indivíduos que não ocupam cargos públicos em situações específicas. Um exemplo são os representantes da sociedade civil que participam de conselhos do governo, recebendo passagens e diárias para cobrir hospedagem e alimentação durante os encontros.
Participantes de determinados eventos organizados pelo governo, como as conferências nacionais, também têm seus deslocamentos custeados pelo Executivo. Além disso, policiais militares de vários estados recebem diárias enquanto estão cedidos à Força Nacional de Segurança Pública (FNSP).
Quando a missão ocorre em regiões de fronteira, esses profissionais podem receber diárias internacionais, que em alguns casos ultrapassam R$ 100 mil anuais.