quinta-feira, julho 31, 2025
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Governo aguarda sinal de Trump para avançar negociação do tarifaço

O Brasil aguarda uma resposta da Casa Branca antes de avançar nas tentativas de reverter o tarifaço imposto pelo ex-presidente Donald Trump às exportações brasileiras. O governo brasileiro entende que, neste momento, a iniciativa deve partir dos Estados Unidos, já que cartas oficiais foram enviadas e ainda não houve retorno.

No Palácio do Planalto, não há planos para que o presidente Lula entre em contato direto com Trump, nem está prevista qualquer missão oficial do Executivo para Washington. A expectativa gira em torno de um posicionamento da Casa Branca que possa orientar o USTR (Representante Comercial dos Estados Unidos) sobre como tratar a questão brasileira.

De acordo com o Itamaraty, duas cartas foram enviadas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin ao USTR: a primeira em 16 de maio e a segunda no final de julho. Nelas, o Brasil expressa sua insatisfação com as tarifas elevadas, mas se coloca aberto ao diálogo. Até o momento, nenhuma resposta foi recebida.

A situação é ainda mais delicada diante do silêncio diplomático. Diplomatas brasileiros relatam que os canais de comunicação entre os dois países estão praticamente inoperantes. Isso afeta também o Congresso Nacional: uma comitiva de parlamentares que planeja viajar a Washington nesta sexta-feira ainda não tem confirmação de que será recebida por autoridades americanas com poder para negociar.

Dentro do governo, ainda predomina a visão de que o impasse comercial abriu uma oportunidade para o presidente Lula fortalecer seu discurso em defesa do nacionalismo e da soberania. Essa estratégia tem sido mantida pelo máximo de tempo possível, mas já começa a gerar insatisfação entre empresários.

Do lado do setor privado, há críticas crescentes sobre a forma como o governo tem conduzido a crise. Empresários argumentam que essa postura nacionalista apenas agrava a tensão com os Estados Unidos, uma vez que não há iniciativas concretas para reduzir o conflito nem contramedidas em estudo.

Além disso, reuniões promovidas pelo governo com representantes do setor produtivo são vistas como simbólicas. Na avaliação de executivos, esses encontros têm servido mais para manter aparências de diálogo do que para elaborar uma estratégia realista e eficaz junto ao governo norte-americano.

O temor entre os empresários é de que a retórica nacionalista brasileira, somada ao avanço das investigações do STF contra Jair Bolsonaro, possa provocar uma resposta ainda mais dura de Donald Trump — incluindo o risco de ampliação do tarifaço para 100% sobre os produtos brasileiros.

Fonte: Política Alagoana

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