Na última sexta-feira (14), o governo Lula intensificou a ofensiva política para garantir a aprovação do Projeto de Lei Antifacção no Congresso. A orientação do Planalto é mobilizar ministros para responder às críticas da oposição e contestar alterações propostas pelo relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), consideradas prejudiciais à atuação da Polícia Federal.
Entre os ministros mais incisivos, o titular dos Transportes, Renan Filho, foi chamado para questionar publicamente o relator. Em declaração direta, ele afirmou: “Derrite, me esclarece uma coisa. Você vem promovendo esse ataque à Polícia Federal para atender a quem?”
Outros integrantes do governo seguiram linha semelhante. Alexandre Silveira (Minas e Energia) destacou que as mudanças propostas fragilizam a autonomia da PF, Fernando Haddad (Fazenda) criticou pontos do relatório, e Rui Costa (Casa Civil) reforçou que a segurança pública continua sendo prioridade da gestão.
A estratégia do Planalto busca impedir que discursos da direita ganhem força, ao mesmo tempo em que alinha a base governista em defesa do texto original.
Na quinta-feira (13), Lula reuniu ministros que já foram governadores para fortalecer a articulação com parlamentares de seus estados, apostando nos vínculos regionais como forma de apoio ao projeto. A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ressaltou que o PL foi elaborado ao longo de seis meses, com a participação de especialistas, academia e autoridades de segurança.
O governo pretende acelerar a tramitação do projeto e evitar que emendas da oposição alterem pontos essenciais da proposta, cujo foco central é a proteção e o fortalecimento da Polícia Federal.


