Interlocutores do presidente Lula no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto acreditam que o Senado e o próprio presidente podem barrar o PL da Dosimetria, projeto que reduz as penas para os condenados pela tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro.
A expectativa entre aliados do petista é de que ele vete a proposta caso ela seja aprovada na Câmara e no Senado, mesmo tendo declarado, em setembro, não se opor à redução de penas para os envolvidos no episódio.
Auxiliares de Lula avaliam que o presidente atualmente não teria condições políticas de sancionar a diminuição das penas, uma medida que poderia beneficiar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O PL da Dosimetria estabelece que os condenados pelo STF por tentativa de golpe de Estado teriam penas menores, incluindo Bolsonaro e membros das Forças Armadas. Caso aprovado, o ex-presidente poderia cumprir 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme estimativa do relator da matéria, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP).
Apesar de caciques do Centrão afirmarem que já haveria um acordo com Davi Alcolumbre (União-AP) para avançar com o texto, petistas ressaltam que o Senado possui maioria contrária ao projeto, o que pode impedir sua aprovação na Casa.


