O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), não compareceu ao evento organizado pelo governo federal para a sanção do projeto que isenta de Imposto de Renda pessoas com rendimentos de até R$ 5 mil, marcado para esta quarta-feira (26). O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também não marcou presença.
O Palácio do Planalto preparou uma solenidade para anunciar a medida, em ambiente com características de campanha eleitoral, com potencial de fortalecer a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a um novo mandato.
A situação gerou tensão, e o evento ficará marcado pela ausência dos presidentes das duas Casas legislativas, o que deve ofuscar o objetivo da celebração. Em vez do anúncio da sanção, a crise política dominará a pauta noticiosa.
As consequências já são perceptíveis. A ausência equivale a materializar a ruptura definitiva do diálogo entre o governo e o Congresso Nacional.
Alvo de críticas por parte de setores ligados ao PT nas redes sociais e por ministros de Lula nas últimas semanas, Motta rompeu com o líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), e sua ausência transmite forte mensagem política.
Já Alcolumbre sentiu-se desvalorizado ao tomar conhecimento por meio da imprensa que Lula escolheu Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal em detrimento do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O cenário inclui ainda outros elementos. Lula convidou para o mesmo evento o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o deputado Arthur Lira (PP-AL). Adversários políticos em Alagoas, os dois relataram a proposta em suas respectivas Casas e demonstraram insatisfação em dividir o protagonismo da medida. Ambos confirmaram presença na solenidade.


