O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) tem planos de disputar a Presidência da República no próximo ano, mas enfrenta um obstáculo sério: uma investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) que, caso resulte em condenação, pode torná-lo inelegível. O processo diz respeito a uma acusação de coação no curso do processo, ligada a supostas pressões contra magistrados em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Apesar do risco jurídico, o parlamentar tem minimizado a possibilidade de se tornar inelegível. Em conversas com aliados, Eduardo afirma acreditar que os Estados Unidos podem atuar em seu favor para viabilizar sua candidatura, sobretudo diante de possíveis retaliações da Casa Branca ao STF, caso os ministros o condenem.
O argumento de Eduardo Bolsonaro é de que eventuais sanções contra o Judiciário brasileiro já foram delineadas pelo governo norte-americano, não sendo iniciativa sua. Ele também aposta numa reação favorável do ex-presidente Donald Trump, especialmente se o STF avançar com uma condenação que possa interferir no cenário eleitoral de 2026.
Em contraponto, fontes ligadas ao Palácio do Planalto avaliam que Eduardo Bolsonaro estaria cada vez mais isolado politicamente. A recente ligação entre Trump e o presidente Lula, ocorrida na semana passada, teria evidenciado esse distanciamento, já que a família Bolsonaro sequer foi mencionada durante o diálogo entre os líderes.
Nesta quinta-feira (15), está prevista uma rodada de negociações diplomáticas entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio. O encontro deve abordar questões delicadas, como as sanções americanas contra autoridades brasileiras e o aumento de tarifas sobre produtos nacionais.