Este ano, o Dia dos Pais deve movimentar cerca de R$ 30,3 milhões na economia de Maceió. Esse montante representa uma queda de 25,5% em relação a 2019, quando a estimativa era de R$ 40,7 milhões, e uma redução de 8,7% em comparação às pesquisas de 2021 e 2022, último ano em que o levantamento foi realizado.
A Pesquisa de Intenção de Compras para o Dia dos Pais, conduzida pelo Instituto Fecomércio AL nos dias 26 e 27 de julho, revelou que 64% dos consumidores pretendem presentear no segundo domingo de agosto.
Quanto ao tíquete médio das compras, a previsão é de R$ 108,46, valor 23,35% menor que os R$ 141,51 projetados para 2022. Em relação às comemorações, o tíquete médio estimado é de R$ 95,65, uma queda de 32,89% em comparação aos R$ 142,53 do ano anterior.
Dessa forma, as celebrações do Dia dos Pais devem movimentar R$ 17,5 milhões em presentes e R$ 12,8 milhões em eventos e comemorações.
Segundo o Instituto, a retração nas vendas está ligada a fatores econômicos e comportamentais, entre eles o impacto indireto do período de entressafra da cana-de-açúcar em Alagoas, que acontece entre maio e setembro. Como o setor sucroalcooleiro é um dos principais geradores de empregos temporários e renda no estado, essa pausa reduz a circulação de recursos, especialmente no interior.
Apesar de Maceió concentrar grande parte do comércio formal, a diminuição da demanda nas cidades do interior afeta indiretamente a capital, contribuindo para o desaquecimento das vendas no período que inclui o Dia dos Pais. Além disso, o alto endividamento das famílias, a inflação persistente e a consequente redução do poder de compra fazem os consumidores priorizarem gastos essenciais, reduzindo o consumo em datas sazonais.
Outro fator que influencia a menor movimentação financeira na data é cultural. Presentes tradicionais do Dia dos Pais, como roupas, calçados e acessórios, geralmente têm menor valor agregado em comparação aos presentes do Dia das Mães, que costumam ser eletrodomésticos, eletrônicos ou produtos de beleza.
Também é perceptível uma mudança no comportamento dos consumidores, que valorizam mais gestos simbólicos e celebrações em casa, o que contribui para a queda dos tíquetes médios, tanto nas compras quanto nos gastos com restaurantes e serviços.