Os diferentes índices pluviométricos registrados na zona canavieira do estado indicam que a safra 25/26 deverá apresentar resultados variados de moagem entre as regiões. A expectativa é de cenários que podem oscilar entre redução, aumento ou até repetição do ciclo anterior, dependendo das condições locais.
Para Henrique Acioly, diretor da Coplan e cooperado da Copervales — arrendatária da antiga Usina Uruba, em Atalaia — a safra atual configura uma verdadeira “tempestade perfeita”. Ele explica que o preço do açúcar no mercado mundial está muito abaixo do registrado no ano passado, enquanto o desempenho do canavial nas primeiras moagens ficou inferior ao da safra anterior no TCH, acompanhado ainda de um ATR reduzido.
Mesmo diante desse panorama adverso, Acioly afirma que o setor mantém a esperança de recuperação dos preços. Segundo ele, o superávit de açúcar no mercado internacional impede a valorização do produto e tende a impactar diretamente a remuneração da cana no estado. Ainda assim, destaca que não há alternativa a não ser seguir trabalhando, como é característico da agricultura.
No âmbito da produção, a Copervales — que reúne mais de 230 cooperados — estima processar mais de 750 mil toneladas de cana nesta safra. Acioly pondera, porém, que essa previsão pode ser revista para baixo em função da baixa produtividade causada por fatores climáticos. Caso se confirme, o volume ficará abaixo das 831 mil toneladas beneficiadas no ciclo anterior.
Quanto ao mercado externo, o fornecedor ressalta que as oscilações de preço são influenciadas pela ampliação do mix açucareiro na região Centro-Sul do Brasil e pelo aumento da safra em países asiáticos como Índia, Indonésia e Tailândia. Esses fatores ampliaram a oferta global, derrubando as cotações internacionais. Segundo Acioly, o setor segue vulnerável às variações externas e aguarda por mudanças que possam elevar o preço do açúcar nos próximos meses.


