Foto: Frederic J. Brown / AFP
Pela primeira vez, o Brasil levou para casa uma estatueta do Oscar. O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres, foi premiado como Melhor Filme Internacional na 97ª edição do Academy Awards, realizada neste domingo de Carnaval (2). A produção brasileira superou concorrentes como “Emilia Pérez” (França), “Flow” (Letônia), “A Semente do Fruto Sagrado” (Alemanha) e “A Garota da Agulha” (Dinamarca).
O prêmio foi entregue pela atriz Penélope Cruz e recebido por Walter Salles, que dedicou a vitória ao cinema brasileiro e à história de resistência retratada no filme. “Em nome do cinema brasileiro, é uma honra tão grande receber isso de um grupo tão extraordinário. Esse prêmio vai para uma mulher que, após uma perda imensa em um regime autoritário, decidiu não se dobrar e resistir. Seu nome é Eunice Paiva. E também vai para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela: Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, declarou o diretor em seu discurso.
Baseado em fatos reais, “Ainda Estou Aqui” conta a história de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, uma advogada e ativista que dedicou quatro décadas de sua vida à busca pela verdade sobre o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva (Selton Mello), ex-deputado federal assassinado durante a ditadura militar. O roteiro é uma adaptação do livro homônimo escrito por Marcelo Rubens Paiva, filho do casal.
Além da categoria de Melhor Filme Internacional, o longa também foi indicado ao Oscar de Melhor Atriz (Fernanda Torres) e Melhor Filme, mas perdeu em ambas para “Anora”. Apesar disso, a produção brasileira já é um marco no cinema nacional, tendo arrecadado R$ 105 milhões e atraído 5,2 milhões de espectadores, tornando-se o maior sucesso comercial do país desde a pandemia de Covid-19.
A vitória de “Ainda Estou Aqui” não só celebra a qualidade do cinema brasileiro, mas também homenageia a resistência e a luta por justiça em um dos períodos mais sombrios da história do Brasil.