A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recomendou que ele não compareça ao próprio julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), cuja fase final está marcada para esta terça-feira (2/9). Segundo os advogados, a presença de Bolsonaro poderia ter um impacto negativo na condução do processo.
Apesar da orientação, a possibilidade de presença no julgamento ainda não está totalmente descartada. Fontes próximas ao ex-presidente, ouvidas pelo Metrópoles, afirmaram que Bolsonaro segue indeciso quanto à ida ao STF.
Por estar em prisão domiciliar desde o mês passado, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente precisaria de autorização judicial para sair de casa e comparecer ao tribunal.
Até a manhã desta segunda-feira (1º), nenhum pedido formal havia sido protocolado junto ao Supremo. A equipe de defesa de Bolsonaro também não se pronunciou oficialmente sobre o assunto até o momento.
O julgamento
Nesta terça-feira (2), o ex-presidente Jair Bolsonaro será julgado ao lado de aliados por envolvimento em uma suposta articulação golpista com o objetivo de impedir a posse ou a continuidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o grupo de, pelo menos, seis crimes, entre eles: tentativa de golpe de Estado, formação de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, além de dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da União.
Saiba como será o primeiro dia de julgamento
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro deve começar com a abertura da sessão pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa etapa marca o início oficial do processo contra Bolsonaro.
Na sequência, caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, apresentar um resumo da denúncia. Ele fará uma exposição dos principais pontos da acusação que envolve Bolsonaro e outros aliados.
Depois da fala de Moraes, será a vez do procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentar a sustentação oral do Ministério Público. Ele terá até duas horas para defender a condenação de Bolsonaro e de mais sete réus, conforme pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A fase seguinte será dedicada à defesa do ex-presidente, que também poderá usar o tempo regulamentar para apresentar seus argumentos. A expectativa é que o julgamento, com início na terça-feira, se estenda até o fim desta semana.
Saiba os horários do julgamento:
2/9 (terça) – das 9h às 12h/ das 14h às 19h.
3/9 (quarta) – das 9h às 12h.
9/9 (terça) – das 9h às 12h/ das 14h às 19h.
10/9 (quarta) – das 9h às 12h.
12/9 (sexta) – das 9h às 12h/ das 14h às 19h.
Aliados engrossam o coro para o 7 de Setembro
Enquanto Jair Bolsonaro ainda não definiu se comparecerá ou não ao julgamento no Supremo Tribunal Federal, seus aliados intensificam mobilizações nas redes sociais com foco no 7 de Setembro. A ideia é convocar uma grande presença nas ruas no próximo domingo (7), como forma de demonstrar “pressão popular” e reforçar pautas da direita, como o movimento “Anistia Já”.
Do outro lado, a esquerda também se organiza para ocupar o espaço público na mesma data. Movimentos sindicais e lideranças progressistas têm promovido convocações online com bandeiras como “Brasil Soberano” e “O Brasil é dos brasileiros”, deixando claro seu posicionamento contrário à anistia.
A disputa por narrativas e visibilidade nas ruas no feriado da Independência reflete a polarização política ainda presente no país. Tanto a direita quanto a esquerda veem o 7 de Setembro como uma oportunidade simbólica de mobilização e afirmação de suas agendas.