Coletivos de esquerda e partidos políticos convocam uma manifestação para o próximo domingo (14) no vão livre do MASP, em São Paulo, em resposta aos recentes episódios no Congresso Nacional. O ato, intitulado “Povo nas Ruas contra o Congresso Inimigo”, tem como alvo os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
A convocação ganhou força após a sessão conturbada da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (9), marcada por confusões, agressões a jornalistas e servidores pela polícia legislativa, e pela aprovação do polêmico Projeto de Lei da Dosimetria – texto que reduz penas de condenados por crimes contra o Estado Democrático. Os organizadores criticam a condução das Casas por Motta e Alcolumbre, acusando-os de facilitar uma “agenda golpista”.
“É hora de derrotar o Congresso inimigo do povo! Sem anistia pra golpista! Sem marco temporal! Pelo fim da escala 6×1!”, afirmou um dos porta-vozes do evento, o deputado estadual Guilherme Cortes (PSOL-SP), referindo-se também a outras pautas rejeitadas pelos movimentos.
A mobilização segue uma estratégia semelhante à de atos anteriores, agregando um amplo espectro de apoiadores. Até o momento, aderiram à convocatória sindicatos como a CUT e a CTB, movimentos sociais como MTST e Levante Popular da Juventude, além de artistas e influenciadores digitais. A organização promete divulgar nos próximos dias a programação completa.
Contexto da sessão
A votação do PL da Dosimetria ocorreu em meio a um cenário de tensão. Durante a sessão, a polícia da Câmara afastou à força o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora, e jornalistas foram agredidos e impedidos de cobrir os trabalhos. O projeto, que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros condenados pelos atos de 8 de janeiro, foi aprovado na madrugada por 291 votos a 148.


