Durante o ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizado nesse domingo (20) em Brasília, os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), receberam críticas de simpatizantes e figuras da direita.
Sebastião Coelho, desembargador e pré-candidato ao Senado pelo Novo no Distrito Federal, incentivou os manifestantes a chamarem os líderes do Congresso de “omissos”. O pronunciamento ocorreu após Hugo Motta e Davi Alcolumbre bloquearem as tentativas da Oposição de interromper o recesso parlamentar.
Líderes políticos solicitaram o fim do recesso parlamentar para debater as reações após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente Bolsonaro, e a operação da Polícia Federal (PF) que realizou buscas na casa e no escritório do ex-presidente.
Com o objetivo de votar uma moção de apoio a Bolsonaro, Paulo Bilynskyj (PL-SP), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, convocou uma sessão para esta terça-feira (22). No entanto, Hugo Motta divulgou uma nota oficial confirmando a manutenção do recesso parlamentar e proibindo a realização de votações e atividades das comissões.
Mesmo com a decisão dos presidentes da Câmara de manter o recesso, o PL convocará seus parlamentares nesta segunda-feira (21) para discutir ações em resposta à operação contra Bolsonaro. Após o ato realizado no domingo, a deputada Bia Kicis (PL-DF) afirmou que a bancada pretende contestar a determinação do presidente da Câmara.
“A Câmara e o Senado têm muito o que fazer, e a gente precisa voltar a trabalhar (…) Pretendemos recorrer dessa decisão (recesso) e tentar sensibilizar os demais diante do que está acontecendo”, disse a deputada.
Davi Alcolumbre recebeu críticas dos bolsonaristas por ser o presidente do Senado, a Casa responsável por julgar eventuais processos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal. Aliados de Bolsonaro têm tentado, sem sucesso, aprovar medidas que visam limitar o poder dos ministros, especialmente Alexandre de Moraes, que também atua como relator do inquérito sobre o suposto golpe.