segunda-feira, setembro 1, 2025
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Aliados criticam ausência de Bolsonaro em articulação de governadores

A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL) reacendeu movimentações políticas entre governadores de direita, mas também expôs fissuras dentro do próprio bolsonarismo. 

Enquanto líderes estaduais avançam em agendas eleitorais e lançamentos de pré-candidaturas, aliados do ex-presidente reagiram com irritação, interpretando como provocação o posicionamento de nomes próximos, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o lançamento da pré-candidatura presidencial do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

 A tensão se manifestou publicamente nas redes sociais: Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro, chamou os chamados “governadores democráticos” de “ratos” e “cúmplices covardes”, postagem que foi republicada pelo irmão Eduardo, reforçando o clima de confronto interno.

“Você acha que essa é a hora de alguém se lançar candidato quando um ex-presidente, sem culpa de crime nenhum, está em prisão domiciliar? É hora de alguém arvorar alguma coisa? Por isso que o filho de Bolsonaro, com muita razão, se posicionou. Eu concordo com ele em gênero, número e grau”, disse o pastor Silas Malafaia ao Metrópoles.

Segundo Silas Malafaia, principal articulador dos últimos atos a favor de Bolsonaro, os candidatos de direita que almejam a Presidência em 2026 se mantêm calados diante dos problemas do país, apesar de dependerem do eleitorado bolsonarista para serem competitivos.

“Ele [Carlos] está indignado porque está vendo o pai dele definhando, doente, e não tem uma reação veemente, dura, justa e verdadeira contra Alexandre de Moraes”, comentou o pastor, conhecido por criticar duramente o ministro do STF responsável pelos processos envolvendo bolsonaristas.

Desde 4 de agosto, Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar determinada por um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é réu em um processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado organizada pelo ex-presidente e seus aliados, com julgamento previsto para setembro.

Enquanto isso, a agenda política dos governadores de direita segue intensa. Na última quarta-feira (13), um evento sobre agronegócio promovido pelo banco BTG Pactual em São Paulo serviu de palco para críticas contundentes ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou que “o Brasil não aguenta mais o Lula e o PT”. No mesmo evento, Ronaldo Caiado (União), de Goiás, e Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, também reforçaram ataques à gestão petista em seus discursos.

No evento do BTG Pactual, os palestrantes se apresentaram como representantes de uma “nova safra” de políticos e destacaram os resultados de suas gestões estaduais como prova de capacidade para governar o país. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que ele e outros líderes de direita detêm o “receituário” necessário para enfrentar os desafios fiscais e também “moral” do Brasil. Curiosamente, o nome de Jair Bolsonaro não foi citado em nenhum momento, e Alexandre de Moraes também não recebeu críticas.

Desde a prisão domiciliar de Bolsonaro e após o aumento das tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros, Tarcísio intensificou encontros com o setor financeiro. Além de participar do evento do BTG, o governador se reuniu no último sábado (16/8) com empresários durante um almoço promovido pelo Bank of America,Alexandre Bettamio recebeu convidados em sua residência na Fazenda da Boa Vista, em Porto Feliz, a 107 km de São Paulo. No dia 11 de agosto, o governador Tarcísio de Freitas (SP) se reuniu com John Waldron, presidente do Goldman Sachs, no Palácio dos Bandeirantes. 

No dia seguinte, fora da agenda oficial, o governador participou de um encontro com empresários de diferentes setores na casa do cantor Latino, que, segundo seu empresário, discutiram a “atual situação política e econômica do país”. Já nesta segunda-feira (18), Tarcísio voltou ao centro das atenções ao palestrar em painel organizado pela Warren Investimentos.

O anúncio da pré-candidatura presidencial do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), na última sexta-feira, gerou desconforto entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Realizado no sábado (16/8) em um espaço de eventos na zona sul de São Paulo, o ato concentrou críticas ao PT e ao ministro Alexandre de Moraes, mas não incluiu menções diretas ao ex-presidente.

“Acho que o Zema errou ao lançar candidatura na semana em que o julgamento de Bolsonaro no STF é marcado”, segundo um aliado próximo da família Bolsonaro, o presidente da Primeira Turma do STF, Cristiano Zanin, definiu que o julgamento terá início em 2 de setembro.

Fonte: Política Alagoana

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