Acusada confessa ter matado Ana Beatriz
Eduarda Silva de Oliveira, mãe da recém-nascida Ana Beatriz Silva de Oliveira, confessou à Polícia Civil, durante depoimento prestado na terça-feira, 15, que assassinou a própria filha por asfixia. A bebê foi encontrada morta dentro de um armário no quintal da casa da família, após cinco dias desaparecida. Segundo a versão apresentada por Eduarda, o…
Eduarda Silva de Oliveira, mãe da recém-nascida Ana Beatriz Silva de Oliveira, confessou à Polícia Civil, durante depoimento prestado na terça-feira, 15, que assassinou a própria filha por asfixia. A bebê foi encontrada morta dentro de um armário no quintal da casa da família, após cinco dias desaparecida.
Segundo a versão apresentada por Eduarda, o crime ocorreu na madrugada da última sexta-feira, 11. Ela relatou que dormia com a filha quando a bebê acordou para ser amamentada. Após amamentar a criança, a colocou no sofá da sala e a asfixiou utilizando uma almofada.
Ainda segundo o relato, após constatar que a filha estava sem vida, Eduarda colocou o corpo em duas sacolas plásticas — uma branca e outra preta — e o escondeu dentro de um armário no quintal. Ela contou ainda que não conseguiu dormir após o crime.
“Depois fiquei perambulando pela casa e saí até a calçada. Não consegui dormir. Pensei em me matar. Me arrependi na mesma hora do que tinha feito. Voltei para onde tinha colocado, mas vi que ela realmente já estava morta”, relatou.
Eduarda afirmou ainda que, apesar da intensa busca pelo paradeiro da criança, o corpo permaneceu no mesmo local desde o dia do crime. Ela negou de que o cadáver teria sido ocultado em outros pontos da casa, como a geladeira ou a caixa d’água.
A Polícia Civil chegou a questionar a mulher sobre a possibilidade de participação de outras pessoas na ocultação do corpo. Esta suspeita foi levantada após os policiais notarem que, durante as buscas no domingo, 14, roupas sujas estavam sobre o armário onde a bebê foi encontrada. No entanto, no dia seguinte, as mesmas roupas apareceram lavadas no varal.
Eduarda alegou que sua mãe esteve na residência e lavou as roupas. Disse também que ninguém teve acesso ao armário além dela e que usou água sanitária no local antes de sair para o hospital no mesmo dia das buscas.
“Minha mãe esteve na minha casa e lavou as roupas. Neste dia, não tinha mal cheiro. Eu retirei a água sanitário do armário e dei a ela. Os outros produtos, sabão em pó e amaciante, já estavam abertos na pia. Ninguém teve acesso ao armário a não ser eu. O corpo permaneceu no local do dia 11 até o dia 15. Estava cheirando mal só hoje (dia do depoimento). O advogado pediu que eu dissesse a verdade. Eu tentei apontar onde estava, mas não conseguia. Depois disse a ele: ‘está aqui’. Ele abriu e viu a sacola”, afirmou.
Questionada sobre a versão inicial de que a bebê havia sido sequestrada, a mulher disse que inventou a história “sem pensar” e disse ainda que amava a filha. “Eu sentia amor por minha filha. Não sei o que passava na minha cabeça na hora”, disse.
O caso segue sendo investigado Polícia Civil de Alagoas. Eduarda Silva está sendo acusada de ocultação de cadáver e pela morte da criança. Contudo, a Polícia Civil ainda não definiu se o indiciamento será por homicídio ou infanticídio.
Entenda o caso
Na última sexta-feira, 11, Eduarda Silva esteve na sede do Cisp em Novo Lino para denunciar que sua filha, Ana Beatriz, de apenas 15 dias de nascida, tinha sido sequestrada por quatro suspeitos em um ponto da BR-101.
Na ocasião, a mulher relatou que os criminosos estavam em um veículo modelo Corsa Classic, de cor preta, e fugiram em direção ao estado de Pernambuco logo após o crime. Dentro do carro, estariam três homens e uma mulher.
ACOMPANHE AS NOTÍCIAS DE ALAGOAS NO INSTAGRAM
No decorrer das investigações, um homem chegou a ser detido por conduzir o veículo supostamente utilizado no sequestro. O carro, que estava com três placas clonadas, gerou suspeitas imediatas entre os policiais. No entanto, após o homem comprovar o álibi, foi liberado.
O caso mobilizou um forte aparato policial, que passou a realizar buscas, em parceria do Corpo de Bombeiros e Polícias de Pernambuco, pela garota desaparecida. Contudo, com o passar dos dias e novos depoimentos, a mãe da criança passou a entrar em contradição e chegou a apresentar cinco versões para o desaparecimento de sua filha.
Na tarde de ontem, familiares da criança e o advogado da família, José Wellington de Oliveira, estiveram no Cisp para informação que o corpo da bebê tinha sido localizado. O local onde o corpo estava escondido foi indicado pela própria mãe. Agora, a Polícia Civil trabalha para descobrir a dinâmica do caso.
Eduarda passou por audiência de custódia e o juiz Antônio Íris da Costa Júnior decidiu por homologar o flagrante e decretar a prisão preventiva baseado na ordem pública e conveniência da instrução criminal. Ela foi encaminhada ao presídio Santa Luzia e ficou em uma cela separada.