A expressão “isso me deixa de cabelos brancos” não é apenas uma figura de linguagem. A ciência confirma que o estresse crônico pode, de fato, acelerar o embranquecimento dos fios. O grande vilão por trás desse processo é o cortisol, conhecido como o “hormônio do estresse”.
De acordo com a médica Lilian Brasileiro, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o problema está nas descargas constantes de cortisol na corrente sanguínea. “Pessoas que sofrem com estresse recorrente têm maior risco de apresentar sintomas físicos, como envelhecimento da pele e mudança na cor do cabelo, com o surgimento precoce de fios grisalhos”, explica.
O fenômeno responsável pelo branqueamento dos fios é chamado de canície, que ocorre devido a dois fatores principais:
- Interrupção na produção de melanina: Os melanócitos, células responsáveis pela produção do pigmento que dá cor aos cabelos, podem parar de funcionar adequadamente.
- Falha na transferência do pigmento: O estresse oxidativo danifica as células, impedindo que a melanina produzida seja transferida para o interior dos fios.
O estresse crônico desencadeia um processo inflamatório e oxidativo no organismo, afetando diretamente os melanócitos. Com o tempo, isso leva à redução da pigmentação dos cabelos, resultando em fios brancos ou grisalhos. Além disso, estudos recentes sugerem que o estresse pode acelerar o envelhecimento celular, impactando não apenas os cabelos, mas também a pele e outros tecidos.
Embora o envelhecimento natural seja a principal causa da canície, o estresse pode antecipar e intensificar esse processo. Portanto, cuidar da saúde mental e buscar formas de gerenciar o estresse são medidas essenciais para preservar não apenas a cor dos cabelos, mas também o bem-estar geral.
Em resumo, a ciência comprova: o estresse pode, sim, deixar os cabelos brancos. E a chave para evitar esse efeito está no equilíbrio emocional e em hábitos de vida saudáveis.