O presidente Lula orientou que o assessor especial Celso Amorim evite deslocamentos longos durante este período de fim de ano. Segundo relatos de auxiliares, a medida se deve à avaliação de que a escalada de tensão entre Venezuela e Estados Unidos pode, em um cenário extremo, evoluir para uma ação militar em terra.
No Palácio do Planalto e no Itamaraty, equipes do alto escalão vão trabalhar em regime de revezamento durante as festas de fim de ano, enquanto assessores diretos do presidente permanecerão de prontidão. A estratégia visa garantir que o governo esteja preparado caso a situação se agrave.
Durante contatos recentes com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, tentou recolocar a Venezuela no centro das discussões. Ele reforçou o pedido para que o Brasil atue como intermediador, mas encontrou resistência por parte da administração Trump.
A preocupação do governo brasileiro se intensificou após o aumento de exercícios militares na região e declarações mais duras de autoridades dos Estados Unidos em relação ao regime de Nicolás Maduro. Essa conjuntura elevou a necessidade de atenção especial por parte do Planalto.
Segundo o diagnóstico do governo, qualquer ação mais agressiva na Venezuela teria impacto direto sobre a estabilidade regional e poderia gerar efeitos imediatos na fronteira norte do Brasil, exigindo respostas rápidas e coordenadas.
Historicamente, o Brasil tem buscado se posicionar como um ator moderador em crises sul-americanas. A aposta do governo permanece no diálogo diplomático e na preservação de canais institucionais, buscando evitar escaladas de conflito que afetem toda a região.


