O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou que não pretende exigir do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), uma manifestação pública após Jair Bolsonaro escolher o próprio filho como candidato ao Planalto em 2026. Segundo ele, a comunicação entre ambos tem sido transparente e direta.
De acordo com Flávio, Tarcísio foi a primeira pessoa informada sobre a decisão do ex-presidente, e a reação do governador teria sido positiva. O senador afirmou que o chefe do Executivo paulista demonstrou apoio imediato ao ser comunicado.
Além disso, Flávio ressaltou que Tarcísio deve ter papel central nas eleições de 2026. Ele destacou que o governador é “peça fundamental na engrenagem” e que, em conversa privada, ouviu dele um compromisso claro: “Pode contar. Estamos juntos”.
Por fim, o senador explicou que não cobrará uma declaração pública porque Tarcísio já reafirmou diversas vezes que seu objetivo é disputar a reeleição ao governo de São Paulo, mantendo sua posição política de forma consistente.
Preço para retirar a pré-candidatura
Flávio Bolsonaro afirmou, durante a entrevista, que o único “preço” para retirar sua pré-candidatura à Presidência é a libertação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele disse considerar essa condição como uma questão de justiça, não apenas para si, mas para milhões de brasileiros que, segundo ele, se sentem “sequestrados” pela situação atual.
Segundo o senador, sua pré-candidatura é firme e consciente, pois representa uma parcela significativa da população que não tolera mais os “desmandos” que afirma existir no país. Ele destacou que o lançamento de seu nome, com o aval direto de Jair Bolsonaro, simboliza esperança e resistência diante do que considera injustiças.
Além disso, Flávio reforçou que está “dando a cara a tapa” e que só pretende parar “no dia da vitória”, manifestando o desejo de que as injustiças contra sua família e contra brasileiros que estão fora do país cheguem ao fim. Ele enfatizou que só abrirá mão da disputa se houver justiça não apenas para Bolsonaro, mas também para as milhares de pessoas que, segundo ele, vivem angustiadas e sem perspectiva.
Mais cedo, em Brasília, o senador havia mencionado estar disposto a negociar esse “preço”, sem revelar detalhes. O apoio de Jair Bolsonaro à candidatura de Flávio foi divulgado em primeira mão pelo Metrópoles, na coluna do jornalista Paulo Cappelli.
Pena
Bolsonaro começou a cumprir a pena pelo envolvimento na trama golpista na Superintendência da Polícia Federal. Ele permanece preso preventivamente desde 22 de novembro, após descumprir medidas cautelares em outro processo, quando tentou violar a tornozeleira eletrônica que utilizava.
De acordo com decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, houve trânsito em julgado dos processos envolvendo Bolsonaro e os demais réus do núcleo 1 da trama. Com isso, ficou autorizada a execução definitiva da pena, já que o ex-presidente foi apontado como líder da organização criminosa que buscava mantê-lo no poder após as eleições de 2022, e condenado ao regime fechado.
Também foi confirmado que Bolsonaro está inelegível até o ano de 2060. A determinação impede sua participação em qualquer disputa eleitoral durante esse período, restringindo sua volta ao cenário eleitoral por décadas.
Por consequência dessa inelegibilidade prolongada, Bolsonaro só poderia tentar um novo mandato a partir de 2062, quando já terá 107 anos, tornando praticamente inviável um retorno político competitivo.


