Com o início do cumprimento da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, a oposição no Congresso se fragmentou entre os que defendem uma anistia ampla e os que aceitam discutir apenas a redução das condenações já impostas. Essa divisão interna dificulta a construção de um consenso e enfraquece a estratégia unificada que alguns parlamentares tentavam articular.
A crise se aprofundou após o rompimento entre o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, o que deve atrasar qualquer votação sobre o tema. Nesse cenário, o senador Flávio Bolsonaro assumiu a linha de frente das negociações, aproximando-se do relator do PL da Dosimetria, deputado Paulinho da Força, para tentar destravar o debate.
A prioridade do grupo ligado a Flávio é aprovar o texto original de Marcelo Crivella, que prevê anistia total a todos os envolvidos em manifestações relacionadas às eleições de 2022, incluindo atos diretos e indiretos desde 30 de outubro daquele ano. Essa proposta, porém, enfrenta resistência dentro e fora da oposição, ampliando a complexidade das articulações.
- Com o início da pena de Bolsonaro (PL), a oposição se divide entre anistia total e redução de penas.
- Rompimento entre Hugo Motta e Sóstenes Cavalcante adia votação.
- Flávio Bolsonaro assume articulação com o relator.
- Prioridade é aprovar o projeto de Crivella, perdoando envolvidos em manifestações desde 30 de outubro de 2022.
- Plano B prevê redução significativa das penas, caso líderes não concordem.
- Condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses, Bolsonaro cumpre pena na Superintendência da PF.
Se a articulação pela anistia ampla não conquistar apoio suficiente entre os líderes partidários, a oposição já admite recorrer a um plano B: negociar uma redução expressiva das penas aplicadas aos condenados pela tentativa de golpe. A estratégia alternativa é vista como mais viável diante do cenário de resistência no Congresso.
O debate ganhou ainda mais urgência após Jair Bolsonaro começar a cumprir sua pena na Superintendência da Polícia Federal, na última terça-feira (25/11). O ex-presidente havia sido preso preventivamente no sábado (22/11) e, posteriormente, condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses de reclusão.


