quarta-feira, novembro 5, 2025
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Copom decide nesta quarta (4) se mantém Taxa Selic em 15% ao ano

Com a inflação mostrando sinais de desaceleração, mas ainda pressionada por alguns preços, como o da energia, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) realiza nesta quarta-feira (4) a penúltima reunião do ano. Analistas de mercado apostam na manutenção da taxa de juros no maior nível registrado em quase duas décadas.

Atualmente em 15% ao ano, a Selic está no patamar mais alto desde julho de 2006, quando alcançou 15,25% ao ano. Desde setembro do ano passado, a taxa foi elevada em sete ocasiões consecutivas, enquanto nas reuniões de julho e setembro o Copom optou por não realizar alterações.

A decisão sobre a Selic será divulgada no início da noite desta quarta-feira. Na ata da última reunião, realizada em setembro, o Copom indicou que a taxa permaneceria em 15% ao ano por um período prolongado.

Segundo a ata, fatores externos, como a conjuntura econômica dos Estados Unidos e tarifas impostas pelo país, têm exercido maior influência sobre os preços de mercado do que desafios estruturais internos. Apesar da desaceleração econômica no Brasil, preços como o da energia continuam a exercer pressão sobre a inflação.

O boletim Focus mais recente, pesquisa semanal com analistas de mercado, indica que a Selic deve permanecer em 15% ao ano até o fim de 2025 ou início de 2026. A principal dúvida agora é definir o momento, no próximo ano, em que os juros começarão a ser reduzidos.

Inflação

O comportamento da inflação segue incerto. A prévia do indicador oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), registrou apenas 0,18% em outubro, acumulando 4,94% nos últimos 12 meses. O preço médio dos alimentos caiu pelo quinto mês consecutivo, enquanto o IPCA completo de outubro só será divulgado no dia 11.

De acordo com o boletim Focus mais recente, pesquisa semanal realizada pelo Banco Central com instituições financeiras, a previsão de inflação para 2025 caiu para 4,55%, ante 4,8% registradas há quatro semanas. Esse valor permanece levemente acima do teto da meta contínua do Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, podendo atingir até 4,5% devido ao intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Taxa Selic

A taxa básica de juros, conhecida como Selic, é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia e funciona como referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, sendo ajustada por meio de operações de mercado aberto, em que o BC compra e vende títulos públicos para manter a taxa próxima do valor definido nas reuniões do Copom.

Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) decide aumentar a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida. Juros mais altos tornam o crédito mais caro e incentivam a poupança, o que pode frear a expansão econômica. No entanto, os bancos também levam em conta fatores como risco de inadimplência, despesas administrativas e margem de lucro ao definir os juros cobrados dos consumidores.

Por outro lado, uma redução da Selic tende a baratear o crédito, estimulando o consumo e a produção, o que pode incentivar a atividade econômica, mas também reduzir o controle sobre a inflação.

O Copom se reúne a cada 45 dias para definir a taxa. No primeiro dia, são apresentadas análises técnicas sobre a evolução da economia brasileira e mundial, além de tendências do mercado financeiro.

No segundo dia, os membros do Comitê, que correspondem à diretoria do Banco Central, discutem as alternativas e tomam a decisão final sobre o novo patamar da Selic.

Meta contínua

Pelo novo sistema de meta contínua, adotado em janeiro deste ano, o Banco Central deve perseguir uma meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso significa que o limite inferior da meta é 1,5% e o superior é 4,5%.

Nesse modelo, a inflação é aferida mês a mês, considerando o acumulado em 12 meses. Por exemplo, em novembro de 2025, a inflação será comparada com a meta e o intervalo de tolerância a partir de dezembro de 2024. Em dezembro, o cálculo será feito novamente, considerando o acumulado desde janeiro de 2025, permitindo que a verificação se desloque ao longo do tempo, em vez de se concentrar apenas no índice fechado de dezembro de cada ano.

No último Relatório de Política Monetária, divulgado no fim de setembro, o Banco Central manteve a previsão de que o IPCA fechará 2025 em 4,8%.

Entretanto, a estimativa pode ser revista ao longo do ano, dependendo da evolução do dólar e da própria inflação.

A próxima edição do documento, que substituiu o antigo Relatório de Inflação, está prevista para divulgação no final de dezembro.

Fonte: Política Alagoana

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