Foto: Adriano Fontes/Flamengo
El Cilindro aguardará o Flamengo na noite desta quarta-feira em seu modo mais hostil. A equipe do Racing e mais de 55 mil torcedores devem atender o pedido do treinador Gustavo Costas de “fazer o que for preciso” para sair com a primeira vaga na final da Libertadores em seis décadas. O rubro-negro terá a…
El Cilindro aguardará o Flamengo na noite desta quarta-feira em seu modo mais hostil. A equipe do Racing e mais de 55 mil torcedores devem atender o pedido do treinador Gustavo Costas de “fazer o que for preciso” para sair com a primeira vaga na final da Libertadores em seis décadas. O rubro-negro terá a vantagem mínima de um gol construída com a vitória da semana passada, alguns desafios em campo e lições positivas e negativas acumuladas por esta geração ao longo dos últimos anos. A meta é chegar à quarta decisão em sete temporadas.
A letra fria do regulamento diz que o time carioca precisa apenas não perder — ou nem levar gol — para se classificar. Em caso de vitória argentina por um gol, haverá disputa de pênaltis e, por dois ou mais, o Racing avança. A equipe de Filipe Luís precisa apresentar uma atuação de alta concentração. e dois pontos merecem mais atenção: os problemas físicos de alguns jogadores e a questão da mobilização.
O principal desfalque é o de Pedro, que fraturou o antebraço direito na partida de ida. Sua ausência até permite a Filipe Luís fazer variações táticas no ataque e dar mais protagonismo a nomes como o colombiano Carrascal, mas o fato é que o Flamengo perdeu sua principal referência ofensiva.
QUEM ESCALAR?
Sem o camisa 9, o treinador deverá escolher entre usar opções que não entregam tantos gols, como Bruno Henrique e Plata, ou ousar em um jogo decisivo e mudar a formação. O caminho possível é a escalação de quatro ou cinco meio-campistas, com Saúl entre eles.
No setor defensivo, Léo Ortiz deve voltar a ser titular ao lado de Léo Pereira após ter sofrido um estiramento do ligamento no tornozelo direito há dez dias. Ele vem treinando normalmente desde então, mas terá um teste de fogo contra um adversário que deverá agredir o tempo todo.
Após uma boa sequência de jogos contra Botafogo e Palmeiras, pelo Brasileirão, e a própria vitória sobre o Racing, a equipe decepcionou na postura apresentada na derrota para o Fortaleza., no sábado. Um grupo recheado de jogadores experientes sabe que precisa virar a chave com urgência, até pela amostra vivenciada nas quartas de final contra o Estudiantes. Após vencer por 2 a 1 em casa, foram derrotados por 1 a 0 em La Plata e flertaram com a eliminação até passar nos pênaltis.
— A gente se prepara a vida toda para viver uma semifinal de Libertadores, ainda mais com a camisa do Flamengo. Não tive a oportunidade de estar no primeiro jogo, mas pude me recuperar e estar pronto para ajudar a equipe da maneira que for — projetou Léo Ortiz.
JOGO DA VIDA
O Racing não apenas é um coletivo melhor do que o conterrâneo como também fará o “jogo da vida”. Campeão da Libertadores em 1967, o clube de Avellaneda não chegou mais à final, e a torcida se vê em reais condições de reverter a eliminatória. Um áudio de Gustavo Costas divulgado nas redes sociais aumentou a mobilização geral:
“Este jogo, mais do que nunca, precisa ser vencido de todos os ângulos. Não importa se nos multarem pesadamente (em relação à festa da arquibancada). Isso, a gente recupera depois. Eu não dou a mínima. Vamos dar o nosso melhor, o campo inteiro, tudo”, convocou o treinador do Racing.
Os argentinos não poderão contar com o volante Santiago Sosa, por conta da fratura no seio maxilar direito sofrida no jogo de ida. Na tarde de ontem, ele foi operado na Argentina. Porém, o Racing terá praticamente o melhor à disposição. A principal esperança é o atacante “Maravilla” Martínez, que passou em branco no Maracanã mas é autor de sete gols na edição.
Se sobreviver à pressão do Estádio Presidente Perón, apelidado El Cilindro — talvez a maior desde que a geração vitoriosa se estabeleceu em 2019 —, o Flamengo ficará a um jogo de se tornar o primeiro brasileiro tetracampeão da Libertadores. Por enquanto, a final está marcada para Lima, no Peru, no dia 29 de novembro. O adversário será Palmeiras ou LDU — as equipes fazem jogo de volta amanhã, após os equatorianos vencerem por 3 a 0.
