quarta-feira, outubro 15, 2025
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Seis militares são indiciados por tortura e morte de homem após abordagem policial

Mulher denuncia que marido foi torturado e assassinado pela PM

Rogério Almir, de 32 anos, morreu em julho em Santana do Ipanema; laudo aponta morte por asfixia e inquérito da Polícia Civil tem mais de 200 páginas

A Polícia Civil de Alagoas concluiu o inquérito sobre a morte de Rogério Almir Santos de Lima, de 32 anos, ocorrida em julho deste ano, em Santana do Ipanema, Sertão do estado. Seis policiais militares foram indiciados por tortura qualificada pela morte da vítima.

De acordo com a investigação, os policiais entraram na casa de Rogério para obter informações e, durante a abordagem, ele teria sido espancado. Levado posteriormente ao hospital, os agentes alegaram que ele havia sofrido uma queda durante uma tentativa de fuga. No entanto, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Rogério morreu por asfixia mecânica, sufocado pelo próprio sangue — o que desmentiu a versão apresentada pelos envolvidos.

O inquérito policial reúne mais de 200 páginas e inclui depoimentos de testemunhas e provas periciais. A defesa da vítima afirma que, além de Rogério, outra pessoa também foi torturada na mesma ocasião.

Veja também: Polícia investiga morte de ajudante de pedreiro; família denuncia tortura

A Defensoria da vítima cobra que o Ministério Público denuncie formalmente os policiais e peça a prisão preventiva dos envolvidos. Até o momento, segundo a defesa, a Corregedoria da Polícia Militar de Alagoas não tomou medidas administrativas contra os acusados.

Rogério, segundo a PM, tinha passagens anteriores pela polícia, mas moradores da região afirmam que ele estava há algum tempo afastado do crime, trabalhando como pedreiro e com a esposa. O caso gerou ampla repercussão em todo o estado.

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Entenda o caso

Rogério Almir Santos de Lima, de 32 anos, ajudante de pedreiro, morreu no dia 9 de julho de 2025, em Santana do Ipanema, no sertão de Alagoas, após uma abordagem policial que, segundo familiares, envolveu tortura dentro da própria residência.

De acordo com o relato da esposa da vítima, divulgado nas redes sociais, à época do crime, policiais militares entraram na casa sob o pretexto de investigar uma denúncia de tráfico de drogas. Rogério teria sido levado a um dos quartos, onde foi amarrado à cama com cordas, molhado e submetido a choques elétricos. A mulher afirma ainda que sua cabeça foi colocada à força em uma pia durante a suposta sessão de tortura.
Quando ela chegou ao local, os policiais alegaram que Rogério havia “caído” e estava sendo encaminhado ao hospital, onde não resistiu e morreu. O caso gerou grande comoção na cidade e ampla repercussão nas redes sociais.

Em nota, divulgada quando o caso veio à tona, a PM de Alagoas afirmou que equipes da Companhia de Caatinga (Copes) realizavam patrulhamento na rua Arthur Moraes, quando receberam denúncia de tráfico de drogas. Segundo a corporação, ao chegar ao local, um grupo tentou fugir. Os policiais entraram em uma residência e encontraram um dos suspeitos “se debatendo no chão”. Ele foi levado ao hospital, mas morreu.

Ainda segundo a PM, foram apreendidas 200 pedras de crack no local, e Rogério Almir possuía passagens por homicídio qualificado, associação para o tráfico e posse ilegal de arma de fogo.



Fonte: Alagoas 24 Horas

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