segunda-feira, outubro 13, 2025
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Fome é irmã da guerra, diz Lula no Fórum Mundial da Alimentação

Durante a cerimônia de abertura do Fórum Mundial da Alimentação, realizado em Roma nesta segunda-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a conexão entre os conflitos e a insegurança alimentar. Para ele, “a fome é irmã da guerra”, seja por meio de armas ou de políticas econômicas que penalizam os países em desenvolvimento.

Lula enfatizou que os conflitos armados causam não apenas sofrimento humano e destruição física, mas também afetam diretamente as cadeias globais de produção de alimentos e insumos. Esse cenário, segundo ele, compromete o combate à fome em regiões mais vulneráveis.

Em sua fala, o presidente também criticou as práticas de nações ricas, como o uso de tarifas e subsídios, que acabam desestruturando a agricultura nos países do Sul Global. Tais barreiras, apontou, agravam as desigualdades no comércio internacional e dificultam o desenvolvimento sustentável.

Lula aproveitou a ocasião para citar exemplos concretos da crise, como o conflito em Gaza e a atual estagnação da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ambos, segundo ele, refletem o colapso das regras e da governança internacional.

Ao concluir sua participação, o líder brasileiro reforçou a necessidade de reconstrução do multilateralismo com base em solidariedade, equidade e justiça social, defendendo uma ação coordenada para erradicar a fome e restaurar a credibilidade das instituições globais.

Multilateralismo

Ao mencionar os 80 anos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o papel essencial da entidade na luta contra a fome. Ele ressaltou também a importância da atuação conjunta com o Programa Mundial de Alimentos e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura.

Em sua fala, Lula afirmou que a existência do multilateralismo faz diferença real no mundo. “Não deixa dúvidas de que o mundo seria um lugar pior sem o multilateralismo”, afirmou. Ele celebrou o fato de que, graças à atuação da FAO, mais países têm reconhecido o direito à alimentação em suas leis nacionais.

O presidente também fez uma retrospectiva pessoal, lembrando que esteve presente, há 10 anos, nas comemorações dos 70 anos da FAO. Naquela época, segundo ele, havia entusiasmo com a recém-adotada Agenda 2030, e o cenário internacional mostrava sinais de união e esperança por um futuro melhor.

No entanto, Lula reconheceu que o contexto atual é mais desafiador. Para ele, tanto a capacidade de ação coletiva quanto o otimismo global foram abalados nos últimos anos. Mesmo assim, reforçou que não há espaço para desistência.

Concluindo sua declaração, o presidente brasileiro reafirmou a importância da FAO em meio aos crescentes obstáculos. “Enquanto houver fome, a FAO permanecerá indispensável”, afirmou, defendendo a continuidade do trabalho multilateral como ferramenta para a justiça social e a erradicação da miséria.

Fonte: Política Alagoana

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