Foto: Paulo Pinto / São Paulo FC
Além de permitir que o Mirassol, primeiro time dentro do G4, abrisse três pontos de distância, a derrota (1 a 0) do Botafogo neste domingo para o São Paulo também fez com que ficasse ainda mais explicita a desorganização que toma conta da equipe. Em meados de setembro e com apenas 17 partidas a disputar…
Além de permitir que o Mirassol, primeiro time dentro do G4, abrisse três pontos de distância, a derrota (1 a 0) do Botafogo neste domingo para o São Paulo também fez com que ficasse ainda mais explicita a desorganização que toma conta da equipe. Em meados de setembro e com apenas 17 partidas a disputar até o final da temporada, o alvinegro enfrenta enormes dificuldades para mostrar um padrão de jogo e um nível minimamente regular de atuação. E, por mais prejudicado que tenha sido pelo planejamento ruim ao longo do ano e por decisões equivocadas de John Textor, o técnico Davide Ancelotti também tem sua parcela de culpa.
Com 15 partidas sob o comando do Botafogo — sete vitórias, quatro empates e quatro derrotas —, Davide ainda não conseguiu sequer encontrar um time titular. Tanto é que, depois de ser eliminado para o Vasco na Copa do Brasil com diversas alterações na equipe que vinha sendo escalada, o técnico italiano promoveu sete mudanças nos onze que começaram o jogo no Morumbis. Tantas mexidas dificultam o entrosamento e, como consequência, aumentam a desorganização entre os setores.
Coleção de erros
Um bom exemplo disso é o gol marcado pelo São Paulo. Escalado com um time quase inteiro de reservas por conta do compromisso contra a LDU, na próxima quinta-feira, pela Libertadores, o tricolor abriu o placar com Dinenno, que não balançava as redes há mais de um ano. Enzo Díaz recebeu passe pela esquerda, viu Vitinho e Newton se confundirem na marcação e cruzou para o argentino, que contou com erro de Kaio Pantaleão e David Ricardo no posicionamento, e falha de Neto, que refugou ao sair do gol.
A situação do goleiro de 36 anos, aliás, é uma amostra de um dos erros de Textor. A decisão do empresário americano de vender John — que era titular da meta alvinegra desde o início da temporada passada e um dos destaques do futebol brasileiro — ao Nottingham Forest-ING para ajudá-lo na realização do sonho de atuar na Premier League se mostrou prejudicial a equipe.
Com duas falhas nas últimas duas partidas, Neto ainda sentiu problema muscular na perna direita e pediu substituição no final da primeira etapa. Léo Linck, que entrou no lugar do titular, teve bom desempenho e mostrou que brigará pela vaga nesta reta final de temporada.
Davide vai mal
Ainda no que diz respeito ao time que iniciou a partida ontem, as mudanças realizadas por Davide no meio-campo e no ataque também não funcionaram. Mesmo com Allan e Newton, dois volantes de mais pegada, o Botafogo marcou mal e deu muitos espaços para o São Paulo. Além disso, sem Marlon Freitas, a fase inicial da construção ofensiva foi péssima. E, para piorar, a presença de Danilo pelo lado direito do ataque só minou as principais características do camisa 35, que esteve perdido e em nada conseguiu influenciar no jogo alvinegro.
Sem ter um DNA bem estabelecido em relação à sua formação tática ou ao que deseja colocar em prática como estilo de jogo, o Botafogo protagoniza uma reta final de temporada melancólica. Com o objetivo de terminar o ano no G4 para conquistar vaga direta na Libertadores e na Copa do Brasil do próximo ano, o time terá, logo na próxima quarta-feira, um jogo direto contra o Mirassol, às 19h30, no Nilton Santos. Essa será, então, mais uma oportunidade para o alvinegro tentar se reerguer e dar início a construção de um término de 2025 digno do investimento feito e da expectativa criada pelos torcedores em cima disso.