Nesta segunda-feira (15), o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), se reunirá com os principais dirigentes da federação União Progressista. O objetivo do senador é obter apoio para o projeto de anistia que beneficiaria condenados pela tentativa de golpe de Estado, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O encontro terá a presença dos presidentes do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e do União Brasil, advogado Antônio Rueda. Juntas, as duas siglas possuem 14 cadeiras, formando a maior bancada do Senado.
Para a oposição, a maior dificuldade na aprovação da anistia está no Senado. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), deixou claro que não colocaria em pauta uma proposta “ampla, geral e irrestrita”, buscando evitar um novo atrito com o STF.
Na Câmara, entretanto, o cenário é mais favorável. Apesar de Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Casa, demonstrar certa resistência, ele já indicou que poderia levar o tema à pauta devido ao apoio de parte do Centrão.
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar um esquema golpista após sua derrota nas eleições de 2022. Seis de seus aliados receberam penas entre 16 e 26 anos, enquanto o delator Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, teve a condenação fixada em dois anos em regime aberto. Além disso, a Primeira Turma da Corte aplicou oito anos de inelegibilidade a todos os condenados.
Diante da análise final dos recursos por parte do STF, a anistia passou a ser encarada como a principal possibilidade de Bolsonaro evitar a prisão. O projeto será debatido pelo colégio de líderes da Câmara na terça-feira (16), e os aliados do ex-presidente avaliam que a pauta tem mais chances de avançar caso a resistência no Senado enfraqueça.
Após a condenação, Rogério Marinho comentou ao Metrópoles: “É um jogo combinado. Alguém esperava um resultado diferente? A solução está aqui no Congresso Nacional agora. É a vez da anistia e vamos trabalhar por ela”.