domingo, setembro 7, 2025
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Mirian Monte renuncia à presidência do CSA após afastamento pelo Conselho Deliberativo

Em coletiva de imprensa, ex-presidente rebateu acusações de má gestão, citou superávit financeiro e criticou cultura de premiação no futebol brasileiro

Um dia após ser afastada pelo Conselho Deliberativo do CSA sob a acusação de “gestão temerária”, Mirian Monte oficializou sua renúncia ao cargo de presidente executiva do clube. A saída ocorre em meio à crise institucional agravada pelo rebaixamento do Azulão à Série D do Campeonato Brasileiro.

Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira, 2, em um empresarial no bairro da Pajuçara, Mirian falou pela primeira vez desde a decisão do Conselho e confirmou que o vice-presidente Robson Rodas assumirá o comando do clube.

“O vice-presidente constituído legitimamente, Robson Rodas, terá o direito se fica ou se não fica, de acordo com o estatuto do clube. A partir de agora, ele que vai ter que dizer se fica ou não. O que ele me deixou ciente é que ele fica, que assume o clube e passa a ser o presidente do Centro Sportivo Alagoano. E terá de mim todo o desejo de sucesso e boa sorte”, declarou.

Veja também: Mirian Monte e diretoria executiva são afastados do CSA após rebaixamento

Acusações rebatidas e contas em dia

Durante o pronunciamento, Mirian refutou as acusações de má gestão e afirmou que deixará o clube com as finanças equilibradas. Segundo ela, os salários estão pagos, acordos foram quitados em sua maioria e a previsão de receita para 2026 é de R$ 8,8 milhões.

Ela também mencionou o desempenho financeiro em 2025, destacando a chegada às semifinais da Copa do Nordeste e às quartas de final da Copa do Brasil, que geraram mais de R$ 11 milhões em receita. Ela aproveitou para criticar duramente os pagamentos de premiações — os chamados “bichos” — a jogadores, afirmando que essa prática está “enraizada” no futebol brasileiro e prejudica a gestão dos clubes.

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Mirian contestou também a imagem de fracasso total da gestão e lembrou que jogadores negociados com clubes da Série A, como Enzo (Grêmio) e Brayann (Goiás), são fruto do trabalho desenvolvido.

“Hoje é o último dia da janela de contratação. E o perigo de um ato, um ato temerário, que pode quebrar o clube, foi feito (sobre o afastamento da presidência). Hoje, fizemos acordos, 90% deles já foram pagos. Faltam apenas quitar R$ 35 mil. Se temos atletas que foram para a Série A, como Enzo para o Grêmio, e o Brayann foi para o Goiás, o time não foi tão desgraçado assim. O time não performou tão mal assim, né”, explicou.

A ex-presidente disse ainda que o rebaixamento foi inesperado. Ela lembrou que na rodada final da Série C o CSA tinha 99% de chances de permanecer na divisão. Contudo, uma combinação improvável de resultados, decretou a ida para a série D.

No encerramento da coletiva, a ex-presidente adotou um tom emocional e agradeceu aos diretores que a acompanharam na gestão.

“O torcedor não tenha dúvida de que não tem ninguém mais triste do que eu com todo o desfecho que nós tivemos nesse último mês. Trabalho abnegado de um ano e meio e aqui não falo por mim apenas, mas por um grupo de diretores, que saía de suas casas para colocar o seu saber e, o que é mais valioso, o seu tempo dedicados ao CSA. Nessa jornada, eu conheci muitas pessoas que me decepcionaram profundamente, que se deixaram levar pela ganância, pela mesquinhez, mas, por outro lado, conheci pessoas muito dignas e muito honradas. E continuarei lutando para que nenhuma delas sinta o peso da injustiça”, finalizou.

Reprodução

Carta de renúncia da então presidente do CSA, Mírian Monte



Fonte: Alagoas 24 Horas

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