segunda-feira, agosto 4, 2025
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Mercado financeiro reduz previsão da inflação para 5,07%

A nova projeção do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 foi levemente ajustada para baixo, passando de 5,09% para 5,07%, conforme divulgado no Boletim Focus desta segunda-feira (4). Essa é a décima semana consecutiva de queda nas estimativas, que são atualizadas pelo Banco Central com base nas expectativas de instituições financeiras para os principais indicadores da economia brasileira.

Em relação aos anos seguintes, a previsão para 2026 também foi revisada, de 4,44% para 4,43%. Para 2027 e 2028, o mercado mantém as projeções em 4% e 3,8%, respectivamente, indicando uma expectativa de desaceleração gradual da inflação no médio prazo.

Mesmo com essa trajetória de queda, a estimativa para 2025 segue acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que estipula um centro de 3% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual — ou seja, entre 1,5% e 4,5%. Acima desse limite, o Banco Central é obrigado a justificar formalmente o descumprimento da meta.

No mês de junho, apesar da pressão exercida pelas tarifas de energia elétrica, o IPCA registrou desaceleração e fechou em 0,24%, influenciado pela primeira queda nos preços dos alimentos após nove meses consecutivos de alta. Ainda assim, o índice acumulado em 12 meses chegou a 5,35%, ultrapassando pelo sexto mês seguido o teto da meta.

Esse cenário configura um novo episódio de “estouro da meta” dentro do regime vigente desde 2024. Nessas circunstâncias, o presidente do Banco Central deve enviar uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando os motivos do desvio, as medidas planejadas para conter a inflação e o prazo estimado para a normalização dos indicadores.

Juros básicos

Para controlar a inflação e manter os preços dentro da meta, o Banco Central utiliza como principal ferramenta a taxa básica de juros, a Selic. Atualmente, ela está fixada em 15% ao ano, conforme decisão tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última reunião, realizada na semana passada. Após sete aumentos consecutivos, o colegiado optou por interromper o ciclo de alta, em meio à desaceleração da economia e à queda no ritmo da inflação.

O cenário internacional também tem influenciado as decisões da autoridade monetária. Segundo comunicado divulgado pelo Copom, as incertezas geradas pela política comercial dos Estados Unidos trouxeram novos desafios ao controle de preços. Apesar de manter os juros no patamar atual, o colegiado não descartou retomar as altas, caso o contexto econômico exija.

De acordo com projeções de analistas do mercado financeiro, a expectativa é que a Selic permaneça em 15% até o fim de 2025. Já para 2026, a previsão é de recuo para 12,5% ao ano. A tendência de queda deve continuar em 2027 e 2028, com estimativas de 10,5% e 10% ao ano, respectivamente.

Quando o Banco Central eleva a taxa Selic, o objetivo é conter uma demanda aquecida, o que pode ajudar a controlar a inflação. Juros mais altos encarecem o crédito, estimulam a poupança e reduzem o consumo, freando o avanço dos preços. No entanto, essa política também impacta negativamente o crescimento econômico, já que dificulta o acesso ao crédito.

Por outro lado, a redução da Selic tende a baratear o crédito, impulsionando a produção e o consumo. Essa medida aquece a economia, mas pode enfraquecer o controle sobre a inflação. Ainda assim, os bancos não se baseiam apenas na Selic ao definir os juros cobrados dos clientes: fatores como o risco de inadimplência, o lucro esperado e os custos administrativos também influenciam as taxas finais oferecidas ao consumidor.

PIB e câmbio

As projeções do mercado financeiro para o desempenho da economia brasileira seguem estáveis em 2025. Segundo a mais recente edição do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) permanece em 2,23% neste ano.

Para os anos seguintes, as estimativas indicam um ritmo de expansão mais moderado. Em 2026, a projeção foi ligeiramente ajustada de 1,89% para 1,88%. Já para 2027 e 2028, o mercado espera crescimentos de 1,95% e 2%, respectivamente.

O bom desempenho da agropecuária foi o principal fator que impulsionou o crescimento da economia no primeiro trimestre de 2025. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB brasileiro avançou 1,4% no período. Em 2024, o país já havia registrado uma alta de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de crescimento econômico — a maior expansão desde 2021, quando o índice chegou a 4,8%.

No que diz respeito ao câmbio, a expectativa do mercado para o dólar ao final de 2025 é de R$ 5,60. Para o fim de 2026, a estimativa é que a moeda norte-americana atinja R$ 5,70, refletindo as incertezas do cenário externo e os desafios internos da economia brasileira.

Fonte: Política Alagoana

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