sábado, agosto 2, 2025
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Tesouro dos EUA procura Haddad para agendar reunião sobre tarifaço

Em resposta ao aumento tarifário de 50% imposto pelo governo de Donald Trump sobre parte das exportações brasileiras, a Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos procurou o Ministério da Fazenda para agendar uma reunião e discutir o tema. Apesar do contato, ainda não há data definida para o encontro. A última reunião entre representantes da Fazenda e o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, ocorreu em maio, antes do anúncio oficial da medida.

“A assessoria do secretário Bessent fez contato conosco ontem [quarta-feira, 30] e, finalmente, vai agendar uma segunda conversa. A primeira, como eu havia adiantado, foi em maio, na Califórnia. Haverá agora uma rodada de negociações e vamos levar às autoridades americanas nosso ponto de vista”, disse nessa quinta-feira (31) o ministro Fernando Haddad.

O ministro destacou que é apenas o ponto de partida das negociações.

“Nós estamos em um ponto de partida mais favorável do que se imaginava. Mas longe do ponto de chegada. Há muita injustiça nas medidas que foram anunciadas ontem”, esclareceu Haddad.

Aproximadamente 700 produtos foram excluídos da lista do tarifaço de 50% aplicado contra o Brasil, o que representa cerca de 43% do valor total das exportações brasileiras para os Estados Unidos. No setor mineral, aproximadamente 25% dos produtos exportados foram submetidos à taxação.

Plano de contingência

Haddad ressaltou que, mesmo com as exceções, o impacto das tarifas é dramático para determinados setores, e anunciou que o governo divulgará nos próximos dias medidas para apoiar as empresas afetadas por essas tarifas.

“Há casos que são dramáticos, que deveriam ser considerados imediatamente. Nós vamos lançar parte do nosso plano previsto para ser lançado nos próximos dias de apoio e proteção à indústria e aos empregos”, disse.

O pacote de auxílio destinado aos setores prejudicados deve incluir linhas de crédito e suporte às empresas. Haddad afirmou sentir-se aliviado com a exclusão de alguns setores do tarifaço, mas ressaltou a importância de proteger especialmente os segmentos menores e mais vulneráveis que continuam sofrendo com as medidas.

“Tem setores que, na pauta de exportação, não são significativos, mas o efeito sobre eles é muito grande. Às vezes, o setor é pequeno, mas é importante para o Brasil manter os empregos”, explicou.

O ministro avaliou que, apesar de serem setores grandes e ligados a importantes commodities com mercado global, esses segmentos também terão que se adaptar às novas condições impostas pelas tarifas.

“Obviamente, tem setores afetados cuja solução de curto prazo é mais fácil porque se trata de uma commoditie que o Brasil tem muitos mercados abertos, mas, ainda esses, vão exigir algum tempo de adaptação. Você não muda um contrato de uma hora para outra. Temos que analisar caso a caso e vamos ter as linhas [de crédito] para isso”, disse.

Interferência

Haddad reforçou, ainda, que a tentativa de interferência no julgamento da tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF) não deve ser objeto de negociação, destacando que o Judiciário é um poder independente do Executivo.

“Talvez o Brasil seja uma das democracias mais amplas do mundo, ao contrário do que a Ordem Executiva [do Trump] faz crer. Nós temos que explicar que a perseguição ao ministro da Suprema Corte [Alexandre de Moraes] não é o caminho de aproximação entre os dois países”, afirmou.

Fonte: Política Alagoana

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